Minas terá mutirão de coleta de DNA de familiares de desaparecidos

Coleta de exame
Coletas serão feitas no período de 14 a 18 de junho (FOTO ILUSTRATIVA: Camila Boehm/Agência Brasil)

Da PCMG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) vai realizar um mutirão de coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas, por meio de projeto lançado nesta terça-feira (25). A campanha, realizada em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), tem como objetivo a busca de pessoas desaparecidas, elaborada pela Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). O mutirão está previsto para o período de 14 a 18 de junho.

A data para o lançamento da campanha foi escolhida por se tratar do Dia Internacional das Crianças Desaparecidas. O perito Higgor Dornelas ressalta que a coleta de DNA elementos é um trabalho contínuo feito pela corporação. “A ideia desta semana [14 a 18 de junho] é propor visibilidade para atingirmos o maior número de pessoas”, afirma.

As coletas serão realizadas no Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette, em Belo Horizonte, e nos seguintes Postos Médico Legais do interior do estado: Betim; Vespasiano; Juiz de Fora; Uberaba; Lavras; Divinópolis; Governador Valadares; Uberlândia; Patos de Minas; Montes Claros; Ipatinga; Barbacena; Curvelo; Teófilo Otoni; Unaí; Pouso Alegre; Poços de Caldas e Sete Lagoas.

Trabalho reforçado

O superintendente de Polícia Técnico-Científica (SPTC), médico-legista Thales Bittencourt de Barcelos explica como a coleta do DNA pode auxiliar o trabalho da Polícia Civil.

“Nos próximos dias, a PCMG, integrando a campanha promovida pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública, fará um mutirão de coleta do material genético desses familiares, que é inserido em um banco de dados nacional. No mesmo banco, é inserido material genético de corpos e ossadas de desconhecidos. O objetivo é, então, identificar esses corpos e ossadas, dando respostas aos familiares e auxiliando ainda em questões civis e criminais”, explica.

“A Polícia Civil tem muito orgulho das duas unidades que combatem o desaparecimento de crianças: a Divisão, que cuida da procura dos desaparecidos que chegam ao nosso conhecimento, e a Seção Técnica de Biologia e Bacteriologia Legal, que trabalha na formação da Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos, com a inserção de DNA. Estamos então unindo, apesar de, na verdade, já estarem unidas, essas duas forças da PCMG”, destaca a chefe adjunta da corporação, delegada-geral Irene Angelica Franco e Silva Leroy.

Informações importantes

De acordo com a chefe da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), delegada Bianca Landau, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas é uma data muito oportuna para trazer à luz questões relevantes em relação ao desaparecimento não só de crianças, mas de adolescentes e adultos.

“Há dois pontos muito importantes a serem destacados. Em primeiro lugar, os familiares de pessoas desaparecidas não devem esperar 24 horas para registrar o desaparecimento; quanto antes essa ocorrência for registrada, mais chances de resolutividade do caso”, começa.

“Outro ponto importante é a necessidade de registro da localização da pessoa que se encontrava desaparecida. Logo que a pessoa que estava desaparecida for encontrada, ela ou um familiar de primeiro grau deve se dirigir a uma unidade da Polícia Civil ou Militar e, então, registrar essa localização, para que seja possível cessar a divulgação de dados e imagem, bem como mensurar adequadamente o trabalho desempenhado pela PCMG. Os registros também possibilitam coletar maiores informações e analisá-las, contribuindo para uma maior compreensão sobre os aspectos acerca das condições de desaparecimento de pessoas”, completa a delegada.

Desaparecimentos em BH

A Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, inaugurada em 1999 por Lei Estadual, é a unidade especializada da Polícia Civil de Minas Gerais dedicada a investigar casos de desaparecimento ocorridos exclusivamente em Belo Horizonte, além de apoiar investigações de casos de desaparecimento no interior.

Se o desaparecimento ocorrer na capital, o solicitante pode comparecer ao prédio da DRPD, localizado na Avenida Brasil, 464, bairro Santa Efigênia, para registrar a ocorrência, ou a qualquer unidade da PCMG ou da Polícia Militar de Minas Gerais. O cidadão também pode optar pelo registro por meio da Delegacia Virtual, neste endereço. O atendimento presencial na DRPD é realizado das 8h30 às 18h30.

Desaparecimentos no interior

Em caso de desaparecimento no interior, a competência investigativa é da delegacia onde o fato ocorreu. Todas as unidades da PCMG, de comarcas, municípios ou regionais, no interior, têm atribuição para investigar os casos de desaparecimento ocorridos nestes locais.

Para registrar o desaparecimento, o cidadão deve procurar a unidade policial mais próxima (Polícia Civil ou Polícia Militar), portando documento de identificação e fotografia da pessoa desaparecida para que seja confeccionado boletim de ocorrência de desaparecimento. A solicitação também pode ser realizada pela Delegacia Virtual.

Divulgação dos casos de desaparecimento

Após o registro da ocorrência, é confeccionado um cartaz de desaparecimento, que é veiculado no site da divisão e na página da unidade no Facebook. A DRPD também possui parcerias importantes com veículos de comunicação e com instituições e empresas municipais, estaduais e federais, que apoiam a divulgação maciça desses cartazes.

A veiculação dos cartazes tem grande relevância na localização de desaparecidos, já que possibilita que a população e instituições forneçam informações importantes sobre pessoas desaparecidas. O número para contato é 0800 2828 197.

Registrada a ocorrência e confeccionado o cartaz, é emitido alerta em todos os sistemas policiais e a investigação é prontamente iniciada. É importante destacar que não é necessário esperar 24 horas para tomar alguma providência. O boletim de ocorrência deve ser registrado o mais rápido possível, quando o solicitante identificar que houve quebra da rotina da pessoa desaparecida em questão.

Encontro de famílias

A DRPD também realiza um trabalho social por meio do qual ajuda famílias que, por diferentes motivos, perderam contato com seus entes queridos. O familiar que deseja reencontrar uma pessoa deve procurar a DRPD presencialmente e solicitar o encontro de famílias. Importante destacar que a situação do ausente, neste caso, não configura desaparecimento.

Dados de desaparecimentos

Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), nos últimos seis meses, 499 pessoas desapareceram em Belo Horizonte, sendo localizadas 449. No interior, para o mesmo período, o número de desaparecimentos é de 2213, sendo localizadas 1223 pessoas.

A Polícia Civil destaca que em Minas Gerais há uma relevante subnotificação em relação aos registros de pessoas localizadas. Assim, o número de pessoas localizadas não reflete necessariamente a realidade.

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