Projeto que prevê extinção da BHTrans é aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal

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Foram 37 votos favoráveis e três contrários à proposta do Executivo municipal, que pretende reformular o sistema de mobilidade do município (Moisés Teodoro/BHAZ)

Os parlamentares da CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) aprovaram em primeiro turno, nesta segunda-feira (13), o PL (Projeto de Lei) 160/2021, que prevê a extinção da BHTrans (Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte). Foram 37 votos favoráveis e três contrários à proposta assinada pelo Executivo municipal, que pretende reformular o sistema de mobilidade do município com a criação da chamada Sumob (Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte).

O projeto da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) teve o anteprojeto assinado pela própria Câmara Municipal. Agora, o texto segue para a tramitação em segundo turno nas comissões temáticas. A expectativa é de que a nova votação aconteça em outubro.

Um dos pontos mais debatidos em plenário durante a tarde de hoje foi o destino dos funcionários da atual empresa de trânsito, tema que preocupa o vereador Léo Burguês (PSL), líder do governo na Câmara. “Quero ressaltar que é preocupação minha, de vários outros vereadores com relação aos funcionários da BHTrans. Eu os recebi, e também representantes do meu gabinete e eu acredito que nós podemos solucionar esse problema na votação do projeto”, disse.

‘Estamos matando apenas o mensageiro’

Caso a proposição seja aprovada, a Sumob será vinculada à Secretaria Municipal de Política Urbana e terá toda a autonomia orçamentária e administrativa para planejar, organizar, fiscalizar e gerenciar o trânsito e os serviços de transporte de Belo Horizonte. Um dos votos contrários à proposta foi do vereador Pedro Patrus (PT) que defende que os problemas a serem combatidos passam mais pela atual gestão da BHTrans do que pela empresa em si.

“Nós sabemos que quem manda na BHTrans é o poder Executivo, é a gestão. Então o que está acontecendo com a mobilidade e com o transporte coletivo é que nós estamos matando somente o ‘mensageiro’. O problema é quem comanda a BHTrans e não os servidores e funcionários, que mais vão sofrer”, pontuou o parlamentar.

“Nós discutimos isso com a cidade e isso é importante que a gente fale: não vai ser a extinção dela [BHTrans] que vai melhorar a nossa mobilidade. São ideias, são ações e a vontade política que muda a mobilidade”, continuou Patrus.

Sobre o tema, o vereador e presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da BHTrans, Gabriel Azevedo (sem partido), afirma que tem trabalhado para identificar e responsabilizar os culpados. “Tem a parcela boa dos servidores e tem a ‘banda podre’. Nós estamos com uma CPI, há meses, tentando abrir essa caixa preta. É esse tipo de gente que tem que ser mandado embora. Não só pra rua, mas também pra cadeia”, disse, em menção ao ex-servidor da BHTrans, Adilson Elpídio Daros.

Adilson foi exonerado do cargo de chefia da Gerência de Controle, Estudos Tarifários e Tecnologia da empresa no início de agosto, após quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal (veja aqui).

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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