Ingredientes
- 1/2 xícara (chá) de óleo
- 3 cenouras médias raladas
- 4 ovos
- 2 e 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
- 1 colher (sopa) de fermento em pó
- 1kg de sal
Modo de preparo
Coloque em um liquidificador cenoura, ovos e óleo. Misture. Acrescente o sal, bata por cinco minutos. Em uma tigela, acrescente a farinha de trigo e misture. Coloque fermento. Asse no forno em 180º por 3 horas.
1kg de sal?! 3 HORAS?! Essa menina ficou doida!
É isso o que a gente pensa, hoje, em um estado democrático de direito. Mas na década de 1960, quando o AI-5 foi instaurado, jornalistas brasileiros colocavam, entre uma notícia e outra, uma receita absurda de bolo.
Era um código para dizer ao público que aquele espaço foi censurado.
Começo o texto de hoje com essa referência porque um deputado federal disse, em entrevista, que se um grupo de pessoas se manifestar, como no Chile, pode haver a volta do AI-5. E, com ele, as receitas absurdas de bolo.
As instituições democráticas do Brasil vão lidar com o desdobramento desse caso a partir das ferramentas democráticas à disposição da democracia brasileira. É importante repetir a palavra e suas variações para nos lembrarmos do que somos.
Mas e quem não faz parte de nenhuma instituição legislativa, executiva ou judiciária, e não pode fazer nada a respeito, a não ser manifestar sua repulsa ao que o deputado disse?
Ora, claro que podemos fazer algo a respeito.
Dicas para evitar o AI-5 com conhecimento
Você sabia que, na ditadura, dentre outras atrocidades, livros eram queimados? Pois é. Leia os exemplares abaixo antes que o “sonho” do deputado consiga ver a luz do dia:
1984
Esse clássico de George Orwell conta como o Grande Irmão está sempre vigiando a sociedade. O cenário é distópico; mas, infelizmente, essa realidade tem se tornado cada vez mais possível.
Como as democracias morrem
O livro mais vendido da Amazon no Brasil durante as eleições de 2019 é um ensaio de dois pesquisadores que mostram o crescente autoritarismo a partir do voto simples. Fica a reflexão: a democracia dá sinais de estar doente antes de bater as botas. Se não ficarmos atentos, a perderemos.
O diário de Anne Frank
Essa obra parece ficção e, no decorrer das páginas, você vai preferir que fosse. Anne queria ser jornalista e escritora. Mesmo morta na adolescência, pelo regime nazista, acabou se tornando as duas coisas. Um livro urgente para todos os tempos que conta, nas entrelinhas do drama do Holocausto, uma história de amizade, amor e esperança.
Espero que, quando esse texto for ao ar, você também consiga me indicar bons livros para combater as tentativas de totalitarismo com conhecimento. Caso contrário, o máximo que trocaremos nas próximas sextas serão receitas absurdas de bolo.