Risco de tsunami: Vulcão espanhol entra em alerta de erupção e impactos podem atingir o Brasil

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A erupção do Cubre Veija pode provocar um tsunami que afetaria todas as áreas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico, inclusive o litoral brasileiro (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Pixabay)

Um vulcão localizado nas Ilhas Canárias, na Espanha, entrou no alerta amarelo das autoridades por risco de erupção. E o possível despertar do Cubre Veija, como é chamado, preocupa especialistas brasileiros, já que sua erupção pode provocar um tsunami que afetaria todas as áreas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico, inclusive a área litorânea do Brasil.

Segundo o alerta, publicado por um perfil que monitora as atividades vulcânicas nas Ilhas Canárias, “ele subiu 6 cm em algumas áreas do sudoeste da ilha”, o que “é normal em um processo de reativação vulcânica”. O nível amarelo é o segundo de maior risco e, quando acionado, a população é orientada a ficar em alerta.

O que é um tsunami?

Segundo o Instituto de astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo), um tsunami é formado por ondas múltiplas que se propagam pela água e que podem percorrer milhares de quilômetros, possuindo uma velocidade de aproximadamente 700 km/h e mais de 10 metros de altura.

Eles podem acontecer tanto após erupções vulcânicas, quanto por quedas de meteoro, impactos que acabam transferindo ondas de choque para a água e fazem com que essas grandes ondas sejam formadas. Devido a esses fatores, quando atingem o continente, as ondas podem ser devastadoras, destruindo cidades e matando milhares de pessoas.

Cumbre Veija preocupa pesquisadores

Os reflexos de uma possível erupção do Cumbre Vieja no Brasil têm mobilizado pesquisadores há alguns anos. Pesquisa feita em 2017 pelo geólogo Mauro Gustavo Reese Filho, da Universidade Federal do Paraná, revela que o Oceano Atlântico não é famoso pela sua capacidade de gerar tsunamis. No entanto, se ativo, o Cumbre Vieja poderia ser o agente responsável por um evento desta natureza na região.

“A partir da modelagem de tal evento, obteve-se a informação que toda a costa brasileira será afetada. A possibilidade de ocorrência deste evento por si só deveria ser razão para a prevenção de todo os tipos de danos na costa brasileira, porém até o momento nada foi feito. A falta de informação é a principal causadora deste problema, pois inclusive no meio geológico muitas pessoas não sabem sobre tal fato”, diz o autor no trabalho.

“Toda a população costeira deve ser conscientizada, em especial do Norte e Nordeste do Brasil, pois seriam os principais afetados, e assim evitaríamos danos pessoais. Estudos mais recentes dizem que as chances de ocorrência são remotas e longínquas, no entanto, o estabelecimento de sistemas de alarme que possibilitam a evacuação de áreas é justificável quando se trata de vidas humanas”, acrescenta Reese.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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