Mineira faz vaquinha para lidar com custos de cirurgia e vencer tumor na medula espinhal pela 3ª vez

Mineira faz vaquinha para vencer tumor
Pricila aguarda uma vaga para operar pela terceira vez (Arquivo pessoal)

Há seis anos, a mineira Pricila de Souza Ferreira descobriu um tumor no canal da medula espinhal que acabou paralisando seus movimentos do lado esquerdo. Aos 31 anos, enquanto aguarda uma vaga para operar pela terceira vez, ela está arrecadando dinheiro para lidar com os custos que virão com a nova cirurgia.

A jornada de Pricila, moradora de Betim, começou em 2017 em um hospital de Belo Horizonte. Entre idas e vindas, ela passou um ano internada, mas não descobriram o que ela tinha. “Se tivessem descoberto antes, o quadro talvez poderia ser revertido, mas o tumor ‘criou raiz’ e eu perdi os movimentos do lado esquerdo”, explica ao BHAZ.

Já enfrentando a paralisia, ela foi encaminhada ao hospital SARAH, em Brasília, onde foi diagnosticada com o tumor intramedular. Ela passou pela primeira cirurgia de retirada do ganglioma em 2018, mas logo recebeu uma notícia que mudaria tudo dali para frente.

Abandono

Pouco depois da operação, Pricila teve que voltar às pressas para Betim ao receber a notícia que o marido havia saído de casa, abandonando ela e a filha do casal, que à época tinha 10 anos de idade.

Internação
Pricila precisou deixar o hospital antes da hora para voltar para casa (Arquivo pessoal)

“No momento em que eu mais precisava, ele foi embora. Eu não tenho pai nem mãe, sou filha única, e hoje somos eu e minha filha, eu por ela e ela por mim”, conta. Hoje, a jovem que está prestes a completar 16 anos é quem cuida da mãe e da casa, além de estudar.

No ano passado, Pricila precisou vender o próprio carro para comprar uma nova cadeira de rodas. Ela conta com o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC/LOAS) para sustentar a si mesma e à filha, além de comprar os medicamentos necessários para tratar as sequelas provocadas pelo tumor.

Novas cirurgias

Em 2019, surgiu outra vaga no hospital SARAH para mais uma cirurgia de remoção do que restou do tumor, e Pricila foi mais uma vez até Brasília. Segundo ela, o ganglioma não podia ser completamente retirado, por risco de deixá-la tetraplégica.

Foi em abril deste ano que, depois de seguir com os acompanhamentos de seis em seis meses, ela recebeu a notícia de que a lesão estava de volta. O laudo médico aponta para um “aumento significativo da lesão às custas do componente sólido e seu efeito expansivo”.

Pricila foi informada de que seria chamada para a cirurgia quando uma vaga surgisse, entre 30 e 90 dias após o novo diagnóstico. Agora, enquanto aguarda a oportunidade, ela se prepara para lidar com os custos pós-operatórios.

Vaquinha

A mulher explica que a Prefeitura de Betim arca com a passagem dela e de um acompanhante até Brasília para as internações no hospital SARAH. Mas como ela mora só com a filha, pretende contratar uma profissional para acompanhá-la.

“Tenho amigos, outras pessoas na família, mas as pessoas trabalham. Não acho justo pedir que elas passem 30 dias fora e arrisquem perder o emprego para me acompanhar. Por isso optei por criar a vaquinha, não só para pagar uma pessoa, mas também para me ajudar com as medicações e o processo de reabilitação”, conta.

No laudo que atesta a volta do tumor e a necessidade de cirurgia, o médico também lista as sequelas enfrentadas por Pricila: espasticidade (distúrbio nas lesões do sistema nervoso central que tem potencial incapacitante, podendo produzir dificuldades funcionais, deformidades e dor); dor neuropática (dor crônica causada por lesão ou disfunção dos nervos); e bexiga e intestino neurogênicos (falta de controle dos órgãos devido a problema nervoso).

“A recuperação da cirurgia, por ser na área cervical, é lenta. E só depois vamos saber se vou precisar de um tratamento complementar, que pode ser uma quimio ou radioterapia. É muito difícil, muito doloroso. Se estou de pé hoje, é por causa da minha filha”, finaliza.

Quem quiser colaborar com a recuperação de Pricila pode contribuir na vaquinha disponível neste link, ou no Pix. A chave é o número de celular 31982392850.

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!