Que tal prevenir e reverter o preconceito?

Por Gregory Rodrigues Lages dos Reis*

Vamos direto ao ponto, ao X da questão: A cada dia que passa mais e mais líderes religiosos se incomodam quando o assunto trazido à baila é a homossexualidade. Em suma, diversas pessoas têm encontrado coragem para saírem do armário, deixando de lado todo e qualquer tipo de sofrimento!

Mas ainda sim encontram dificuldades e medo para terem um respaldo espiritual, na busca por um ser maior, uma razão de existir!

A igreja (Cristã) desde seus primórdios tem desempenhado papel separatista em meio à sociedade sobre este e demais quesitos.

Acusam a homossexualidade de ser um pecado, um desvio de conduta moral e comportamental. Erro, que induz outros ao mesmo abismo de pensamentos repletos de ódio!

Ante a tal exposto, nos deparamos com os tempos atuais, nos quais até mesmo palestras visando “reversão e prevenção” da homossexualidade são propagadas, como foi o caso da pastora Isildinha Muradas, que fora intitulada psicopedagoga (fato desmentido posteriormente pelos divulgadores).

A palestra fora organizada por uma das grandes igrejas Batistas de Belo Horizonte. O fato que gerou revolta nas redes sociais, ultrapassa os limites do bom senso e também gera divergências de pensamento.

O ponto preponderante é: porque tanta preocupação com a sexualidade alheia, se nem mesmo Jesus Cristo se preocupou com tal ponto. Nunca esteve e não está na pauta de Jesus proibir ou condenar a homossexualidade.

Tal condenação começa a ser datada após a conversão do império romano ao cristianismo e se estende pelos séculos, passando pelos anos de 1933 nos campos de concentração nazistas, nos anos de 1969 em Nova York na invasão do Bar Stonewall Inn, até chegarmos nos anos de 2016 tal qual o caso da referida palestra.

Historicamente falando, é importante se observar que: antes da influência religiosa nas sociedades, a homossexualidade era vista como natural e até mesmo hierárquica:

“Chamada de pederastia ela tinha dois aspectos interligados: o pedagógico e o erótico. O cortejo de um jovem por parte de um cidadão que já alcançara a maturidade era não apenas socialmente aceito, como bem visto e esperado nos círculos aristocráticos […] Ela dividia, classificava e distribuía os parceiros em duas posições radicalmente opostas. Social e politicamente articuladas, estas categorias expressavam as relações de poder.” Daniel Barbo – Professor da Universidade Federal de Alagoas.

Mesmo com todos os relatos históricos e estudos teológicos que desmistificam os tabus em torno da homossexualidade, ainda não há consenso e diálogo plausível para a promoção da igualdade e do respeito ao público LGBT.

Mas, atentando-nos para os pontos da contemporaneidade, nos deparamos com um questionamento: Até onde vão os limites da liberdade de expressão e da liberdade religiosa em nosso país chamado Laico?

Tal liberdade termina quando se encontra o direito do próximo em ser respeitado.

Porém ainda se faz necessário a compreensão de que os costumes mudam, a sociedade evolui, o homem evolui, logo tais conceitos também devem evoluir, galgando os degraus dos avanços e não dos retrocessos.

Vivemos como a canção entoada por Roberto:

“Vivo condenado a fazer o que não quero

Então bem comportado às vezes eu me desespero


Se faço alguma coisa sempre alguém vem me dizer


Que isso ao aquilo não se deve fazer

Restam meus botões, já não sei mais o que é certo


E como vou saber o que eu devo fazer”

Se tais fatos não mudarem, caminharemos rumo a um país teocrata, rogo a Deus para que não voltemos ao passado e para que não se repitam os fatos da história quando Hitler ainda caminhava sobre a terra. A perseguição a apenas um seguimento da sociedade nos remete a momentos como estes, porém, mesmo com toda esta separação e perseguição que se sofre, sabemos que jamais deve pairar sobre a sociedade o sentimento de derrota, é necessário lutar, até porque ainda parafraseando a canção:

“Que culpa tenho eu

Me diga amigo meu

Será que tudo que eu gosto


É ilegal é imoral ou engorda”

Continuo crendo, mesmo ante ao relativismo que: “Omnia Vicint Amor” (O Amor Supera Tudo)

* Gregory Rodrigues Lages dos Reis, 25 anos, nascido em 01 de setembro de 1991, graduando de Licenciatura em História e Bacharelado em Teologia. Já atuante como professor de história na rede pública estadual de ensino, casado com Uebert Rodrigues. Pastor Evangélico, da igreja Apostólica Bênção e Vida. Participante de programas de rádio e TV, em especial o Tv Verdade da Tv Alterosa.

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