Todos têm o direito de ir e vir… ou, pelo menos, deveriam ter!

Reprodução/MEC

Por Adriana Buzelin*

Quando falamos de acessibilidade logo pensamos no direito de ir e vir dos cidadãos e, obviamente, acreditamos que se, por direito, todos podem ir e vir, essa acessibilidade existe. Mas não é isso que acontece em muitas cidades do Brasil.

Infelizmente, engana-se quem pensa que acessibilidade é apenas construir uma rampa para cadeirantes. Acessibilidade é muito mais que isso. Acessibilidade atinge desde as pessoas com deficiência até as pessoas com mobilidade reduzida e, indo além, a toda pessoa que ao menos uma vez na vida necessitará de acesso. Acesso é dar a oportunidade a quem sofreu uma queda e, temporariamente, necessita de muletas para andar e ter acesso a um cinema, por exemplo; acessibilidade é um idoso ou uma gestante embarcar em um ônibus sem dificuldade; acessibilidade é dar a uma pessoa obesa a oportunidade de assentar em uma poltrona desse mesmo ônibus e se sentir confortável; é disponibilizar balcões de atendimento em estabelecimentos comerciais com altura para pessoas que têm nanismo ou que fazem uso de cadeira de rodas; é dar segurança a uma pessoa com deficiência visual de atravessar uma rua com segurança e escolher um prato no cardápio do restaurante escrito também em braille; é disponibilizar a linguagem  de sinais ou áudio descrição para deficientes auditivos em teatros; acessibilidade é sentir necessidade de ir a um sanitário e conseguir usá-lo com comodidade; é transitar nas ruas da cidade sem sofrer uma queda por conta de calçadas esburacadas; é ter um local para estacionar seu veículo e poder sair dele sem dificuldades; enfim esses são apenas alguns dos muitos exemplos nos quais necessitamos de acesso.

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Acessibilidade é, em última instância, dar o direito a todo cidadão de interagir na sociedade de forma igualitária. Não existe integração e socialização do ser humano em uma sociedade sem disponibilizar acessibilidade, seja ela arquitetônica ou no momento de se expressar.

Como propiciar informação a um cidadão em boletins informativos sobre, por exemplo, surtos epidêmicos, como os que atualmente estamos vivendo de dengue, zika etc., se o município não disponibiliza comunicação assistida ao público que possui deficiência visual? Pecamos ao achar que acessibilidade é necessidade de poucos. Propiciar acessibilidade é dar igualdade de direitos a todo cidadão atendendo suas particularidades e as necessidades de cada pessoa.

O direito de ir e vir não é só de alguns. O direito de ir e vir é de todos e deve ser para todos.

* Adriana Buzelin é pessoa com deficiência, palestrante motivacional, diretora da revista digital Tendência Inclusiva, colunista da Revista Reação falando sobre esportes e aventuras radicais adaptadas, mergulhadora adaptada, artista plástica e modelo inclusivo.

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