Datafolha: 64% dos brasileiros apoiam fim da escala 6×1

28/12/2024 às 15h32 - Atualizado em 28/12/2024 às 15h34
supermercados
(Amanda Dias/BHAZ)

O debate sobre a escala de trabalho 6×1, impulsionado nas redes sociais e transformado em uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), tem o apoio de 64% da população brasileira, enquanto 33% são contrários à mudança, de acordo com pesquisa Datafolha. A pesquisa foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro com 2.002 pessoas em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais.

A proposta, liderada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), sugere a redução da carga semanal para 36 horas, distribuídas em quatro dias de trabalho. Atualmente, a legislação trabalhista prevê um máximo de 44 horas semanais em seis dias de trabalho. Segundo o levantamento, 70% dos entrevistados acreditam que o ideal seria uma jornada de cinco dias, enquanto 17% defendem a manutenção dos seis dias e 7% sugerem uma redução para quatro dias.

As opiniões variam conforme o perfil dos entrevistados. Mulheres (70%) e jovens de 16 a 24 anos (81%) são os que mais apoiam a redução da jornada, enquanto homens (40%) e pessoas com 60 anos ou mais (48%) mostram maior resistência à mudança. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 68% aprovam a redução, enquanto 43% dos que recebem acima de cinco salários mínimos são contrários. A questão também reflete diferenças raciais: 72% dos entrevistados pretos e 66% dos pardos apoiam a redução, em comparação com 59% dos brancos.

Impactos econômicos e sociais

Pesquisadores avaliam os possíveis impactos da medida. Para Naercio Menezes Filho, do Insper, a redução pode trazer benefícios sociais, como maior tempo de convivência familiar, o que, a longo prazo, pode melhorar o desenvolvimento infantil e a produtividade. Já Clemente Ganz Lúcio, do Dieese, destaca que a baixa produtividade no Brasil está mais relacionada à falta de investimentos em tecnologia e educação do que à carga horária.

Por outro lado, Fernando de Holanda Barbosa Filho, do FGV Ibre, alerta para possíveis efeitos negativos, como a redução da renda de trabalhadores que dependem de comissões e dificuldades de adaptação para pequenas empresas. Ele defende que o tema seja discutido com flexibilidade, respeitando a realidade de diferentes setores econômicos.

Legislação ou negociação?

Outro ponto de debate é se a redução da jornada deve ser determinada por lei ou negociada entre patrões e empregados. A pesquisa revelou que 58% dos brasileiros preferem que a definição seja feita pela legislação, enquanto 39% defendem a negociação direta.

Lavínia Fernandes

Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

Lavínia Fernandes

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Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

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