Sem leitos: Ocupação de UTIs privadas e públicas em BH supera 100%

Leito hospitalar BH
Antes, somente a rede privada estava sem leitos disponíveis (Isabel Baldoni/PBH)

Tanto os centros de saúde públicos quanto os privados estão sem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratamento da Covid-19 em Belo Horizonte. Somando as duas redes, a ocupação já chega a 107,3% nesta segunda-feira (22), de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte). Por outro lado, a taxa de ocupação de leitos de enfermaria destinados ao tratamento da doença e a taxa de transmissão da Covid-19 apresentaram queda desde a sexta-feira (19), quando o último boletim foi divulgado.

Hoje, os 444 leitos de UTI Covid da rede SUS (Sistema Único de Saúde) e os 375 da rede privada de BH estão ocupados, respectivamente, nos níveis de 101,4% e 107,3%. O total da ocupação já havia atingido 100% na sexta-feira, mas ainda havia 44 vagas disponíveis na rede pública: é que o sistema privado já estava sobrecarregado, mas o SUS ainda não. A soma das ocupações dos dois, no entanto, chegou a 100,8%.

Leitos de UTI
Ocupação de UTIs nas redes pública e privada já ultrapassa 100% (Reprodução/PBH)

Ainda de acordo com os boletins epidemiológicos, a ocupação dos leitos de enfermaria para Covid-19 caiu de 89,7% para 87,9%, de sexta-feira para hoje, permanecendo no nível vermelho e máximo de alerta. Já o número médio de transmissão por infectado (Rt) foi de 1,22 para 1,17 – caindo para o nível amarelo de alerta. Ao todo, BH já registrou 132.201 casos de Covid-19 e 3.020 óbitos em decorrência da doença.

Indicadores de Covid
Ocupação de leitos de enfermaria e taxa de transmissão caíram (Reprodução/PBH)

Desde a última sexta, mais de 3 mil pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Belo Horizonte. Ao todo, 193.400 moradores já receberam a primeira dose dos imunizantes e 78.199 pessoas foram receberam a segunda dose. Dentre os que já foram imunizados totalmente, 65.279 são profissionais da saúde; seis são profissionais e moradores de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), residências inclusivas e terapêuticas; e 12.914 são idosos de 76 anos ou mais.

Atendimento ampliado

A PBH já começou a aplicar um conjunto de novas medidas com o objetivo de desafogar o sistema de saúde da capital mineira, que está em colapso em meio ao aumento de casos de Covid-19 e da demanda por leitos hospitalares (leia mais aqui). O pacote inclui a adaptação de alguns centros de saúde da cidade para funcionamento como unidades 24 horas, no atendimento a casos “não-Covid”, com o objetivo de diminuir as demandas das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). A oferta de teleconsultas para pacientes com sintomas respiratórios também será ampliada.

“A cada instante, estamos ampliando ofertas em todos os pontos da rede assistencial. No último sábado (20), conseguimos implantar o Cecovid na UPA Norte, e até então já tínhamos os centros especializados nas UPAs Centro-Sul, Venda Nova e Barreiro. Além da equipe especializada que agora atende lá, também tivemos o incremento de 14 leitos na UPA Norte. Também nesta semana, ampliamos mais 14 leitos específicos para casos respiratórios na UPA Nordeste. Em março, abrimos mais 12 leitos semi-intensivos na UPA Centro-Sul, e estamos em andamento para ampliar ainda mais”, detalhou a diretora de Assistência da SMSA (Secretaria Municipal de Saúde), Renata Mascarenhas, ao BHAZ.

Outra estratégia a ser adotada pela SMSA é a implantação de centros de saúde, com atendimento 24 horas para casos de baixa complexidade não relacionados à Covid-19, com o objetivo de dar apoio às UPAs. De acordo com Renata Mascarenhas, em cada regional, uma unidade de saúde será adaptada para funcionar desse modo, permitindo que as UPAs foquem no atendimento aos casos de Covid-19 e a outros casos mais graves ou específicos.

“O que acontece hoje é que os centros de saúde atendem queixas clínicas agudas, mas se algum paciente precisa ficar em observação no final da jornada, o local fecha às 19h e ele é encaminhado à UPA. Agora, as unidades 24h vão receber esses pacientes, que ainda precisam de observação ou de medicação. Isso visa desafogar as UPAs, que não vão interromper o atendimento prioritário de casos não-Covid, mas precisam cuidar dos pacientes com problemas respiratórios”, explica a diretora.

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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