Sérgio Camargo critica movimento negro, Fundação Palmares e diz que ‘branco privilegiado não existe’

Sérgio-Camargo
Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, participou de evento conservadorista (Reprodução/@sergiodireita1/Twitter)

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, fez sérias declarações sobre o movimento negro e a respeito própria instituição da qual faz parte durante um evento voltado para conservadores, em Brasília, Distrito Federal. Na ocasião, que aconteceu ontem (3), o Sérgio disse que o movimento negro é tão “maligno” para as pessoas negras “quanto o branco racista”. Ele também fez críticas à esquerda e alegou que a cor da pele não dificulta oportunidades.

A CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) está em sua segunda edição, sendo um evento que reúne apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e defendem o conservadorismo e os valores cristãos. Em seu painel, o presidente da Fundação Palmares foi ovacionado enquanto falava sobre o movimento negro.

“Os negros não são pets da esquerda, não estão na sua coleira. É algo que ocorre, isso é algo muito restrito. É um mundinho, é praticamente um gueto, esses negros vitimistas e ressentidos, negros rancorosos, negros que partem para a propagação do revanchismo racial, da reparação histórica, que não faz sentido algum”, afirmou Camargo.

‘Branco privilegiado não existe’

Segundo ele, esses negros a quem se refere estão sob o domínio da “branquitude marxista” e não representam a população negra brasileira. Para ele, tal população é constituída de “cidadãos patriotas que querem prosperar e não a vingança contra um suposto branco privilegiado que, a rigor, não existe. Somos todos iguais”.

Sérgio Camargo reconheceu que a vida no Brasil é difícil para a maioria, devido às questões socioeconômicas, mas alegou que a cor da pele não é um obstáculo para os negros.  “A cor da pele, a pele negra não é, no Brasil, um obstáculo para que ninguém prospere. Pele negra não é fator de atraso para o negro”.

De acordo com o também jornalista, “os negros constituem apenas 9% da população brasileira”. Ele afirmou que “é uma picaretagem da esquerda afirmar que somos 56%”. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 54% da população brasileira é negra, e tal grupo é composto por pretos e pardos.

‘Vitimização do negro’

O presidente da Fundação Palmares disse que o que impede a ascensão do negro “é a vitimização” e o “acirramento do racismo“. Segundo ele, a esquerda se alimenta do racismo e é “uma inimiga de todos nós”. Camargo também falou sobre a instituição da qual faz parte, tecendo críticas ao seu modo de funcionamento anterior.

“A Fundação Palmares tem no seu DNA o gene da vitimização, do rancor e do ressentimento. Ela passou 31 anos sob o comando de gestões da esquerda, que cometeram lá todo tipo de ilícito e desmandos, e agora com a minha chegada, há 1 ano e 8 meses, eles estão em estado de choque, estão realmente desnorteados”.

Enquanto era ovacionado, Camargo continuou: “Eles nunca viram um negro que dissesse na cara deles que eles são o que são: imbecis raciais”. O jornalista voltou a falar sobre o movimento negro: “O movimento negro é tão deletério e maligno para o negro quanto o branco racista. O movimento negro já teve uma história gloriosa, digna e nobre, nos anos 1940 e 1950”.

Camargo sugere que negro se liberte

“Mas, em algum momento na década de 1960 ou 1970 o marxismo cultural infiltrou-se no movimento negro, apropriou-se, modificou suas pautas, e hoje utiliza como braço da esquerda, da mesma forma como agem com os homossexuais e com o movimento feminista”, apontou.

Ele afirmou que não vê possibilidades de recuperar a “militância negra idiotizada”, chamando-os de “negros de coleira”. “É preciso que o negro se liberte, que dê as costas a esse movimento e busque no estudo, na disciplina, no mérito, no trabalho, na família, na pátria e na religião as forças para vencer as dificuldades, que não são exclusivas do negro, mas de todos os brasileiros”.

Edição: Vitor Fernandes
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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