Servidora é presa após vacinar marido e amigos contra Covid-19 na rua

Vacinação na rua
Homem disse que foi acionado pela esposa porque haveria ‘vacinas sobrando’ (Reprodução/Redes sociais)

Três servidoras de saúde de São José da Lapa, na região metropolitana de Belo Horizonte, foram presas após aplicarem vacinas contra a Covid-19 em pessoas próximas, no meio da rua, em desconformidade com os grupos prioritários de imunização. Uma das mulheres, de 39 anos, vacinou o próprio marido e dois amigos dele, e todos foram ouvidos pela Polícia Militar nessa sexta-feira (18).

De acordo com a PM, o secretário municipal de Saúde da cidade recebeu em um aplicativo de mensagens dois vídeos que mostravam as duas técnicas em enfermagem, de 28 e 40 anos, e uma agente de saúde, de 39, aplicando as vacinas em via pública. Ele entrou em contato com as coordenadoras de Vigilância em Saúde e de Atenção Básica da secretaria, convocando uma reunião com as servidoras que apareciam nas imagens.

‘Vacinas sobrando’

Ainda segundo informações do boletim de ocorrência, as funcionárias foram até a prefeitura e, em primeiro momento, negaram o ocorrido. A agente de saúde, no entanto, resolveu que “ia falar a verdade” e confirmou que aplicou a vacina no marido e em dois amigos dele.

De acordo com ela, as três haviam saído para aplicar vacinas contra a gripe em pessoas acamadas e contra a Covid-19 em pessoas com comorbidades, e encontraram os três homens no meio do caminho. As duas técnicas em enfermagem não se pronunciaram e disseram que só falariam diante da Justiça.

O marido da agente de saúde também foi ouvido pela Polícia Militar, e confirmou que recebeu o imunizante. Ele contou que foi acionado pela esposa por telefone, e que ela teria dito que havia vacinas sobrando e perguntado se ele tinha interesse em se vacinar. O homem respondeu que sim e os dois amigos o acompanharam, também recebendo o imunizante. Eles relataram a mesma versão à PM.

Ouvidas e liberadas

Após serem presas por peculato e ouvidas pela Polícia Militar, as três mulheres foram encaminhadas à Delegacia de Plantão em Vespasiano. De acordo com a Polícia Civil, foram ouvidas e liberadas até que as apurações sejam concluídas.

“As investigações seguem em andamento pela Delegacia de Polícia Civil em São José da Lapa e outras informações serão prestadas em momento oportuno”, informou a corporação.

Afastamento

O prefeito de São José da Lapa, Diego Álvaro (Avante), se pronunciou nas redes sociais sobre o ocorrido e afirmou que o município não vai tolerar a conduta. “Estamos tomando todas as providências necessárias. Nós já realizamos o afastamento dessas servidoras, e, consequentemente, e também vamos fazer o desligamento delas nos próximos dias”, afirmou.

“O município tem seguido o PNI [Plano Nacional de Imunização] à risca, com todos os critérios que o Ministério da Saúde manda, e nós não vamos tolerar que nenhum servidor faça da função que ele tenha uma forma de ter um benefício ou um benefício alheio. Vocês podem contar com nossa total altivez para punir, na medida da lei, quando ao município e quanto à Justiça. Ela vai fazer a vez dela para condenar essas pessoas”, concluiu.

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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