Tiago Abravanel rebate posicionamento da tia, que minimizou homofobia

tiago abravanel
Polêmica começou na segunda, com postagem de Caio Castro e Rafa Kalimann, e ainda dá o que falar (Reprodução/@tiagoabravanel/Instagram)

O apresentador Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos e sobrinho de Patrícia Abravanel, rebateu o comentário da tia, após ela minimizar a discussão sobre comportamentos LGBTfóbicos. Durante o programa Vem pra Cá, do SBT, nessa terça-feira (1º), a filha de Silvio disse que os “LGBTYH” [sigla inexistente, usada de forma irônica] têm que quer ser mais compreensivos. Na rede social, o apresentador discordou da tia e disse que ela tem uma responsabilidade como comunicadora.

A discussão começou com uma postagem de Rafa Kalimann e Caio Castro. Nessa segunda-feira (31), eles compartilharem o trecho de um vídeo em que um pastor diz não ser “a favor do relacionamento” entre pessoas do mesmo sexo, o que gerou muitas críticas. A global chegou a apagar o vídeo, enquanto o ator manteve os stories, e ambos pediram desculpas pela rede social.

Patrícia, contudo, tentou justificar o comportamento do ator e da ex-BBB. A apresentadora comentou que “não acha” que Caio Castro e Rafa são preconceituosos ou homofóbicos. “Acho que eles foram educados de outra maneira”, defendeu.

Segundo a apresentadora, as pessoas conservadoras deveriam ser mais respeitadas e a comunidade LGBT+ precisa ter mais “compreensão”, pois conservadores “ainda estão aprendendo” a lidar com a diversidade. “Assim como o ‘LGBTYH’, não sei, querem respeito, eu acredito que eles têm que ser mais compreensivos com aqueles que hoje ainda não entendem direito e hoje estão se abrindo para isso. E é difícil educar filhos, falar disso, sabia?”, defende.

O sobrinho, no entanto, viu irresponsabilidade da parte de Patrícia ao propagar esse tipo de mensagem na televisão. “Se você quiser me ligar e me perguntar qualquer coisa que você queira, você pode me ligar. Eu vou te explicar com calma, com todo carinho do mundo. Mas a partir do momento que você vai para a televisão ao vivo e fala o que você acredita ou aquilo que você bem entende, você é responsável por aquilo”, disse em postagem, na madrugada de hoje (2).

Interrupções

Enquanto falava de respeito e aprendizado, Patrícia usava siglas incorretas, como ‘LGDBTYH’ e ‘LGBTC’, para se referir à comunidade. Tiago ainda observou que ela interrompia Cartolano, seu parceiro de programa, enquanto ele tentava explicar o lado dos LGBT+. “Eu acho que você nasce, entendeu? E quando você nasce, é um direito seu de ser, de estar”, disse Cartolano, até ser interrompido por Patrícia.

“Eu acho que quando você adota esse discurso ‘ah eu sou contra, mas respeito’, eu acho que você acaba segmentando mais ainda, entendeu?”, continuou Cartolano. “Eu converso bastante, eles falam que tem os que nascem assim, eu acredito que tem realmente gente que nasce assim. E tem aqueles que estão querendo experimentar de tudo e aí não sabe o que é, fica naquele conflito. Então tem tudo, eu acho que tem de tudo”, opina Patrícia.

Tiago viu contradição da fala de Patrícia com as interrupções. “Me preocupa também a situação de ver o Cartolano, seu parceiro de programa, tentar te explicar uma situação, tentar colocar seu posicionamento, e eu senti, não sei se pode ser uma impressão minha, mas eu senti que não houve uma atenção de fato sobre o que ele estava falando. E aí pra gente aprender a gente precisa escutar. Então, esse é um movimento que precisa ser feito”, observou Tiago.

“Não dá para passar a mão na cabeça. Dá pra sim apontar, você reconhecer o seu erro e você escutar, você discutir, você perguntar, isso dá. Agora não dá pra achar que a gente tem que ser mais calmo para explicar. Se você tem vontade de saber, procure saber. Vai atrás. Essa responsabilidade é sua, entende?”, disse Tiago. “Se você quer aprender, procure saber, vai atrás. Você como comunicadora você tem essa responsabilidade. E você como cidadã você tem essa obrigação”.

Veja o vídeo completo:

Homofobia é crime

O STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu, em junho de 2019, que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero é crime. O Brasil é o país que mais mata LGBTs.

Com a decisão da Corte ficou definido o seguinte:

  • “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Edição: Vitor Fernandes

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