UFMG lidera ranking de melhores universidades federais do país

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Universidade sempre figurou entre as principais, mas agora alcançou a liderança (Amanda Dias/BHAZ)

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) levou o primeiro lugar no ranking das melhores universidades federais do país, o IGC (Índice Geral de Cursos). O resultado é relativo ao ano de 2019 e foi divulgado nessa sexta-feira (23), pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

É a primeira vez que a universidade alcança a liderança, após anos figurando entre as primeiras colocadas. O ranking avaliou e classificou, ao todo, 2.070 instituições de ensino superior brasileiras – o que representa aproximadamente 80% das instituições ativas no país.

A UFMG mantém IGC 5, que é a faixa mais alta, desde 2007, quando o índice foi criado, mas, nos últimos anos, a universidade vem crescendo no âmbito do índice contínuo. Na edição de 2019, a federal mineira alcançou o valor 4,3025 no levantamento, o mais elevado entre todas as federais do país.

Melhores do Brasil

Entre as universidades, a UFMG só perde para a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), segundo a avaliação do Inep. Consideradas todas as instituições públicas, incluindo estaduais, municipais e institutos, a UFMG é a quarta mais bem classificada.

O Instituto Militar de Engenharia (IME), com 4,4591 no índice contínuo, aparece em primeiro lugar, seguido da Unicamp – com 4,4250 – e o (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), com 4,3566. “Vale ressaltar que institutos são organizações bem diferentes das universidades e contam, inclusive, com menos cursos em sua estrutura acadêmica”, pondera a professora Viviane Santos Birchal, diretora de Avaliação Institucional da UFMG.

O índice utilizado para medir a qualidade das universidades é calculado levando em consideração as notas dos cursos de graduação e pós-graduação de cada instituição. É com base nele que o Ministério da Educação atesta a qualidade de cada universidade, seja ela pública ou não.

Aplicação na prática

O IGC serve, entre outras coisas, de referência para a definição de políticas públicas e para os processos de autoavaliação institucional, além de ser utilizado pelo MEC como requisito, critério seletivo ou de distinção em seus processos, explica Viviane Birchal.

A diretora de Avaliação Institucional ressalta ainda que a UFMG destacou-se particularmente no conceito médio do doutorado, que forma, junto com o conceito médio de mestrado e com o CPC, o Índice Geral de Cursos (IGC). O valor alcançado foi 4,9394, o maior entre as universidades federais avaliadas.

Viviane ressalta a importância do IGC para a definição de políticas educacionais na Universidade. “O relatório disponibilizado pelo Inep traz importantes instrumentos de autoavaliação a serem considerados pela Comissão Própria de Avaliação da UFMG”, afirma.

O valor da educação pública e gratuita

Do total de 2.070 instituições avaliadas, apenas 46 obtiveram nota máxima no índice. Outras 448 alcançaram IGC 4; 1.320 obtiveram IGC 3; 250 ficaram com IGC 2 e apenas 6 registraram IGC 1. Das seis, cinco são privadas com fins lucrativos e uma é privada sem fins lucrativos. Todas as instituições públicas tiveram IGC 2 ou maior, sendo que as federais se concentraram exclusivamente nos IGC 3, 4 e 5.

Os dados do Inep revelam a discrepância entre a qualidade do ensino ofertado no Brasil pelas instituições públicas e privadas, sobretudo as de fins lucrativos. Enquanto 70,7% das universidades públicas federais obtiveram nota 4 ou 5, por exemplo, apenas 18,5% das instituições privadas com fins lucrativos alcançaram algum desses dois índices.

Ao mesmo tempo, 14,1% das privadas com fins lucrativos ficaram com IGC 1 ou 2, enquanto nenhuma universidade pública federal brasileira figurou nessas faixas.

ranking universidades federais
Enquanto 70,7% das universidades federais (em verde claro) obtiveram IGC 4 ou 5, apenas 18,5% das instituições privadas com fins lucrativos (em azul) conseguiram algum desses dois índices (Reprodução/Inep)

‘Prova de resiliência’

Para a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, o desempenho da UFMG no IGC é mais uma evidência de sua qualidade e demonstra um crescimento permanente. “É uma façanha, da qual devemos nos orgulhar. Afinal, a UFMG e as demais federais vêm enfrentando, desde 2015, cortes sucessivos em seus orçamentos”, afirma.

“No entanto, o desempenho em diversos indicadores é crescente, o que é uma prova da nossa resiliência. Isso mostra que o investimento feito nas décadas passadas continua gerando resultados”, complementa a reitora.

Apesar do resultado positivo, Sandra demonstra preocupação com o desempenho futuro. “Para mantermos esse excelente resultado, precisamos contar com um orçamento compatível com a nossa capacidade e com investimento sustentado em educação, ciência e tecnologia como política de estado”, defende.

Ela lamenta que, no mesmo dia em que a UFMG foi anunciada como a universidade federal mais bem avaliada pelo Inep, confirmou-se também que as federais sofrerão novos cortes orçamentários.

“Não é apenas o futuro das nossas instituições que está em jogo, mas também o futuro do país. É preciso garantir um orçamento adequado, já neste ano, pois tivemos um papel imprescindível para a sociedade no enfrentamento da maior crise sanitária, econômica e social dos últimos tempos”, argumenta.

Na apresentação dos resultados do IGC 2019, também é possível consultar os perfis das instituições avaliadas e comparar os seus desempenhos. Outras informações sobre o índice – como os critérios mobilizados para a inclusão das instituições no cálculo e os empregados para o cálculo em si – estão disponíveis  no site do Inep.

Com Ewerton Martins Ribeiro, da UFMG

Edição: Vitor Fernandes
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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