Variante Gama do coronavírus é a mais presente em BH, aponta balanço da UFMG

Laboratório de Biologia Integrativa da UFMG
Pesquisa da UFMG faz a caracterização de variantes na capital (Acervo/Laboratório de Biologia Integrativa da UFMG/Divulgação)

A variante Gama do Sars-CoV-2, o vírus que provoca a Covid-19, é a cepa que se fez mais presente em BH de janeiro a junho deste ano. A constatação faz parte de balanço realizado por uma pesquisa da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que faz a caracterização de variantes na capital. A variante Delta, que foi identificada pela primeira vez em Belo Horizonte no fim de julho, também é objeto de estudo dos pesquisadores.

A pesquisa é do Laboratório de Biologia Integrativa (LBI), do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Desde o ano passado, o LBI trabalha em parceria com a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), em uma frente nacional: a Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O laboratório produziu balanço de caracterizações das variantes no primeiro semestre deste ano e no mês de julho, em BH.

De acordo com o professor Renan Pedra, coordenador do LBI, estudos científicos mostram que a Gama é, atualmente, mais letal do que as demais variantes. É ela a grande responsável pela alta mortalidade da chamada segunda onda da pandemia no Brasil: a maior parte das mais de 550 mil mortes por Covid-19 no país se deu em casos de infecções provocadas pela Gama.

Caracterização da Delta

Em julho, o LBI fez a caracterização dos dois primeiros casos da variante Delta identificados em BH. No dia 20, o laboratório da UFMG recebeu as amostras coletadas pela PBH no dia 16 e confirmou as infecções pela Delta em pacientes vindos do Reino Unido no dia 26.

“Recebemos semanalmente amostras do Laboratório de Biologia Molecular da Prefeitura de Belo Horizonte, provenientes de todas as regionais do município, a fim de termos um conjunto representativo. A PBH seleciona amostras diariamente, entre as que possuem carga viral suficiente para a caracterização de variantes”, explica Renan Pedra.

“Com o número de amostras que processamos todas as semanas, é esperado detectarmos todas as variantes relativamente comuns em circulação na capital: aquelas com frequência superior a 6%”, completa o coordenador. A variante Delta infecta o corpo com mil vezes mais vírus do que o Sars-CoV-2 original.

Ainda segundo ele, é apenas uma questão de tempo para que a capital mineira esteja na fase de transmissão comunitária da Delta, caso os cuidados sanitários não sejam tomados. “Contatos sem máscara ou grandes aglomerações têm mais chance de criar uma cadeia de transmissão”, explicou o pesquisador à TV UFMG.

Com UFMG

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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