A conduta do vereador Nikolas Ferreira (PRTB) durante uma manifestação realizada no último sábado (1º), em Belo Horizonte, será avaliada pela 8ª Promotoria de Justiça. O órgão recebeu uma denúncia de que político promoveu aglomeração em meio à pandemia de Covid-19. O BHAZ entrou em contato com o parlamentar e com o gabinete dele, mas não teve as ligações atendidas.
No último final de semana, uma manifestação favorável ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi realizada na capital mineira. Pelas redes sociais, Nikolas fez uma postagem convidando as pessoas para a “marcha” que pediria pela “liberdade de trabalho” e pelo “voto impresso”.
O ato aconteceu, conforme previsto, e reuniu diversas pessoas, mesmo diante da pandemia que já matou mais de 4 mil belo-horizontinos. Nikolas Ferreira, o segundo vereador mais votado da história de BH, apareceu em imagens sem utilizar a máscara de proteção, acessório recomendado pelas autoridades sanitárias.
Supremo é o povo! pic.twitter.com/wPNJha4999
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) May 1, 2021
Manifestação no MPMG
Uma pessoa procurou o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), após o ato do último sábado, e fez uma manifestação contrária ao vereador de Belo Horizonte alegando que ele promoveu aglomeração.
“O vereador Nikolas Ferreira promoveu aglomeração, durante a pandemia, indo contra as normas sanitárias vigentes e colocando em risco a população de toda Minas Gerais, além também do Sistema de Saúde deste estado”, diz um dos trechos do texto da manifestação.
Procurado pelo BHAZ, o Ministério Público esclareceu que a manifestação do cidadão foi encaminhada pela ouvidoria para a “promotoria devida”. “Nesse caso, a manifestação do cidadão foi encaminhada à 8ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, que, por sua vez, instaurou um procedimento chamado Notícia de Fato, no dia 4 de maio, sob o número 0024.21.005332-8. A Notícia de Fato é apenas o recebimento da representação do cidadão”.
Agora, segundo a explicação do MP, a promotoria vai “avaliar a consistência dos fatos narrados” e duas coisas podem acontecer. “Caso encontre indícios de ilegalidade ou irregularidade, aí sim, instaurar um procedimento investigatório ou propor algum tipo de ação judicial. Por enquanto, só houve o recebimento da representação feita pelo cidadão à Ouvidoria”, destacou.
O vereador Nikolas Ferreira e o gabinete dele foram procurados pela reportagem, mas as ligações não foram atendidas.
