A volta do sal nas mesas de bares, restaurantes e lanchonetes de Belo Horizonte foi rejeitada pela Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal, nessa quarta-feira (11). Apesar disso, o texto segue tramitando na Casa Legislativa. O PL (Projeto de Lei) ainda não tem data para ser levado em votação no plenário.
Durante a argumentação, o vereador Dr. Célio Frois (Cidadania), presidente da comissão, apresentou algumas razões para rejeitar a proposição de autoria do parlamentar Léo Burguês (PSL). “A Organização Mundial de Saúde preconiza um consumo diária de, no máximo, 5 gramas de sal por pessoa, no entanto, no Brasil, o consumo diário é de 12 gramas por pessoa”.
O vereador é médico cardiologista e apresentou dados de doenças relacionadas ao consumo de sódio. “A literatura científica demonstra que a ingestão de sódio, um dos componentes do sal, está associado à hipertensão arterial, sendo que 90% das causas de óbito no mundo são por infarto e AVC; no Brasil, 30% da população está hipertensa”, alertou.
A oferta do sal nas mesas dos estabelecimentos de BH poderá, na visão do Dr. Célio Frois, prejudicar ainda mais os dados do Brasil, pois o acesso será “fácil e em quantidades ilimitadas”. “Os estabelecimentos já se adaptaram e hoje, qualquer um deles possui sachês adicionais que são oferecidos quando solicitados pelo cliente”.
Vereador argumenta
O líder do PL, vereador Léo Burguês, participou da reunião e argumentou que a proposição visa fazer com que o dono do estabelecimento não tenha um “gasto adicional”. “Facilita para ele [dono] não ter um gasto adicional e o garçom ter mais um trabalho de buscar o sal… Daqui a pouco não poderemos colocar pimenta e Coca Cola na mesa”, disse.
A proposição visa revogar uma lei municipal de 2016 que dispõe sobre a proibição da exposição, em mesas e balcões, de recipientes que contenham sal de cozinha em bares, restaurantes, lanchonetes e similares. O PL pode ser lido aqui.