Um dia após Bernardo Paz, idealizador e principal executivo do Inhotim, ter a condenação divulgada pela Justiça, o advogado Marcelo Leonardo afirmou ter a certeza de que Bernardo é inocente e que a pena será mudada. “Já recorremos da sentença e esperamos que ela seja revertida e que ele possa ser absolvido”, afirmou.
De acordo com o advogado, os fatos são de 2007 e 2008 quando, na oportunidade, Bernardo era sócio em empresas de mineração e siderurgia. “Esse assunto não tem relação alguma com o Instituto Inhotim”, afirmou.
Até 2010, o empresário era o proprietário do conglomerado Itaminas, composto por 29 empresas, a maioria nas áreas de mineração e siderurgia. Naquele ano, o grupo foi vendido para uma empresa estrangeira.
Na denúncia, oferecida em 2013 à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), cujo teor foi confirmado agora por sentença, o MPF afirmou que, entre 2007 e 2008, Bernardo e sua irmã Virgínia Paz praticaram lavagem de ativos de suas empresas. Eles dissimularam a origem e a natureza de recursos provenientes da sonegação de contribuições previdenciárias.
Segundo o Ministério Público Federal, a Horizontes foi criada por Bernardo Paz com a finalidade de manter o Instituto Cultural Inhotim a partir de doações de suas outras empresas. Ocorre que a maior acionista da Horizontes, a Vine Hill Financial Corp, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, é uma empresa cujo endereço é o mesmo de diversas pessoas físicas e jurídicas acusadas de cometer crimes de lavagem de dinheiro.
Entre 2007 e 2008, a Horizontes recebeu o valor total de US$ 98,5 milhões de um fundo denominado Flamingo Investiment Fund, sediado nas Ilhas Cayman.
Ainda segundo a sentença, ficou demonstrado que “a conta da Horizontes S/C não visava unicamente à manutenção do Instituto Cultural Inhotim, mas também servia de conta intermediária para diversos repasses às empresas do Grupo Itaminas”.