Dilma discursa em BH sobre desigualdade de gênero e impeachment machista

A ex-presidente Dilma Rousseff esteve na Comissão Extraordinária das Mulheres em Belo Horizonte na noite dessa segunda-feira (11). O debate foi realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) com o tema: participação das mulheres no cenário político.

Durante sua fala, a ex-presidente defendeu a ideia de que o país combata as desigualdades. “Não haverá democracia verdadeira no Brasil se não tratarmos das desigualdades do País. Das desigualdades de gênero, sim, mas também das sociais e de renda”, disse a ex-presidente.

Dilma destacou também a importância das mulheres nas políticas de distribuição de renda durante o seu governo e a linguagem machista utilizada por seus adversários no processo de impeachment. “As consequências da deposição de uma presidenta são nefastas para todas as instituições democráticas. Também são imprevisíveis até para quem a defendeu”, disse.

Dilma destacou também que 94% das pessoas que recebiam Bolsa Família durante o seu governo eram mulheres. Ela afirmou ainda que, das mais de 36 milhões de pessoas que saíram da pobreza extrema no País durante os governos do PT (2003-2016). Segundo ela, deste número 54% eram mulheres e 78% eram negros.

Assim, Dilma reforçou a ideia de que as desigualdades sociais e econômicas são mais sentidas por alguns grupos. E são esses grupos que precisam se unir para superar tais diferenças. Ela disse que as questões de gênero e raça não podem ser separadas das questões sociais e econômicas.

Impeachment misógino

Em discurso, Dilma disse não ter sido deposta por ser mulher, mas por ser uma mulher com um projeto político de redução da desigualdade. Para ela, a prova disso seria as reformas que se seguiram. “Isso está expresso na PEC do teto orçamentário, transformada na Emenda Constitucional 95, de 2016. Quem precisa de escola pública, de saúde pública é o pobre; é ele que sofre com o fim dos investimentos”, disse.

Apesar de afirmar que não foi deposta por ser mulher, Dilma ressaltou a linguagem machista utilizada durante o processo de impeachment. “Diziam que eu era obsessiva e compulsiva com o trabalho; se eu fosse homem, seria trabalhador. Diziam que eu era dura; se fosse homem, seria firme. Isso fora os componentes sexuais nos cartazes e adesivos”, disse. Para a ex-presidenta, a misoginia foi utilizada para criar um ambiente propício ao que chamou de “golpe”.

Confusão na ALMG

Durante o debate com a presença de Dilma, manifestantes pró e contra a petista, se reuniram no hall da ALMG. Um grupo de pessoas esteve no local para prestar apoio à ex-presidente, enquanto outro grupo levava faixas pedindo a saída de representantes do PT do cenário político brasileiro. Este grupo também portava bonecos e faixas alusivas ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC).

Os dois grupos se confrontaram. Houve bate boca e troca de empurrões. Os guardas da assembleia precisaram intervir e conter a confusão.

Com ALMG

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