A Polícia Civil confirmou nesta quarta-feira (14) a prisão de integrantes de uma quadrilha especializada em sequestros que agia até mesmo fora do país. Os suspeitos foram detidos na sexta-feira (9) após sequestrar o gerente da base da transportadora de valores Brinks, que tem sede em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
A ação que terminou com a prisão dos homens de 35 e 28 anos contou com a participação de policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de São Paulo. Além do sequestro, eles também cometeram outros crimes, como arrombamentos de caixas eletrônicos e cofres de grandes empresas. Os dois foram detidos no bairro Alvorada, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com as investigações, a dupla presa é apenas uma pequena parte da quadrilha, que estima-se ser formada por cerca de 30 integrantes. Eles eram responsáveis pela logística, planejamento e execução das ações. As investigações continuam com o objetivo de prender o restante da quadrilha.
Para o delegado Gustavo Barletta de Almeida, a organização que havia entre eles e os demais membros merece destaque, pois eles se dividiam em núcleos para que cada um pudesse ir para locais que pudessem proporcionar altos lucros. “Eles cometeram um roubo no Paraguai, onde conseguiram levar R$ 40 milhões. O grupo tem o costume de migrar para onde o crime é rentável, e muitas das vezes os integrantes das organizações nem se conhecem. Eles querem é garantir o dinheiro”, afirmou o delegado.
Na residência onde foi realizada a prisão foram encontradas armas e munições de uso restrito, DVRs (aparelhos com imagens de câmeras de segurança) dos locais onde aconteciam os crimes, furadeiras que utilizavam para arrombar cofres, R$ 120 mil em espécie e quantia de dinheiro em moedas estrangeiras. Durante a ação foram subtraídos R$ 9 milhões.
No começo do mês, em Juiz de Fora, a quadrilha sequestrou o gerente da empresa Brinks, a esposa dele, um casal de amigos, um segurança da empresa e mais cinco pessoas. Enquanto isso, em Contagem eles mantiveram em cativeiro a enteada do gerente durante toda a noite. Na parte da manhã foram até a empresa e levaram todo dinheiro que estava no cofre.
As investigações apontaram que os suspeitos já cometeram crimes em vários estados do Brasil, como Maranhão e São Paulo. Outra característica do grupo é o planejamento para cometer os crimes, pois eles traçam as estratégias de seis meses a um ano de antecedência.
