Um dos eventos mais aguardados por moradores de Belo Horizonte e da região metropolitana não vai ocorrer neste ano. A Virada Cultural foi cancelada por causa da falta de recursos financeiros. A confirmação veio do agora secretário de Cultura da capital Juca Ferreira. Ele falou sobre o assunto antes da solenidade de posse realizada na noite dessa segunda-feira (4) no Teatro Francisco Nunes, região Centro-Sul.
A não realização da Virada Cultural já era esperada pelo setor cultural, já que, enquanto Juca presidia interinamente a Fundação Municipal de Cultura, o assunto foi tema dos encontros. “Por achar o tempo curto para a preparação e pela necessidade de buscar recursos financeiros, achamos melhor realizarmos o evento em 2018. É melhor fazer bem feito”, disse Juca.
A expectativa é de que aconteça uma festa em comemoração ao aniversário da capital no final do ano. Outros eventos culturais, no entanto, estão confirmados entre eles a Feira Internacional do Livro, por exemplo.
Em seu discurso, Juca Ferreira agradeceu a confiança depositada pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS) na reconstrução da secretaria de cultura do município. “Estou mais experiente e tenho certeza que a área cultural de BH é muito qualificada e a gestão pública pode alavancar aspectos da cultura local. Vamos trabalhar com todas as dimensões desde o hip-hop à cultura sinfônica, do teatro à manifestações populares contemporâneas”, disse.
Outro aspecto levantado por Juca foi sobre a realização de manifestações artísticas culturais nos espaços públicos. “Pegamos uma herança relacionada à má vontade de fazer arte na rua. Mas, isso não vai ao encontro dos nossos pensamentos e por isso já estamos trabalhando para revertermos o mais rápido possível esse cenário”, afirmou o secretário.
Para Alexandre Kalil, a recriação da secretaria de Cultura é mais do que a concretização de uma promessa de campanha. Segundo ele, é uma forma de consolidar o setor cultural da capital. “A turma do sabe tudo foi embora e nós vamos continuar aprendendo com quem sabe ensinar. Por isso, o papel do Juca é muito importante para mostrar para esta elite estúpida e cega, e cada mais vez mais boçal, que cultura é inclusão social”, afirmou.
O prefeito ainda disse que, de fato, a Prefeitura está com poucos recursos financeiros, mas que isso não impedirá que o trabalho de “arrumar a casa” continue sendo feito. “Temos a certeza que trazendo quem ensinou para o país nós faremos de Belo Horizonte um ponto de partida para que a boçalidade que aflora cada vez mais na elite seja colocada de lado”, concluiu.
Nos próximos dias devem ser publicados os editais da Lei de Incentivo a Cultura e do Fundo Municipal. “Queria lançar neste evento, porém falta ajustar algumas coisas no lado jurídico”, disse Juca. Rebatendo críticas de que só havia chamado homens para sua equipe, chamou ao palco alguns dos que farão parte do “time dos sonhos”, como ele mesmo definiu o novo desafio. “Agora é trabalho, pessoal”, finalizou o secretário.
Secretaria Municipal de Cultura
A criação da secretaria foi definida dentro da Reforma Administrativa sancionada pelo prefeito Alexandre Kalil no dia 1º de agosto. Ao novo órgão cabe a gestão da política cultural do município, promovendo, entre outras ações a formulação de políticas culturais democráticas, a promoção da diversidade cultural e étnico-racial, a elaboração e coordenação da política municipal de arquivos e a formulação de políticas públicas e planejamento das atividades das Unidades Culturais do Município. A Fundação Municipal de Cultura será mantida, agora vinculada à Secretaria Municipal de Cultura.
