Um homem de 34 anos condenado por abusar de três crianças e filmar os atos, em 2009, foi aprovado em primeiro lugar para o curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará (UFPA) este ano. Pedro Henrique Araújo confessou que fazia os próprios filmes pornográficos. A história da aprovação dele começou a circular no último fim de semana. As informações são do O Globo.
Pedro abusou de dois meninos, de 8 e 10 anos, e de uma menina, de 9, quando era chefe de um grupo de escoteiros. Os crimes começaram a ser investigados em 2010 depois que um amigo do homem o denunciou. Os investigadores passaram, então, a monitorar conversas de Araújo no WhatsApp. Foi quando surgiu a confirmação de que ele realmente tinha abusado das crianças.
Em 2012, Pedro foi condenado a 54 anos de prisão em regime fechado. No entanto, a defesa dele conseguiu reverter a pena para 38 anos e o homem segue detido desde então. Araújo fez 682,16 pontos no Enem na modalidade para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL). Além da aprovação em si, chama atenção o fato de que ele concorreu pelo sistema de cotas para pretos, pardos ou indígenas. E a foto de Araújo divulgada pela Secretaria de Comunicação do Pará mostra que ele é um rapaz branco.
A UFPA informa que os candidatos aprovados pelo Sisu no sistema de cotas passam por um processo de homologação durante a matrícula. Eles precisam levar uma autodeclaração de condição racial e um certificado que comprove ter cursado e concluído o ensino médio em escola pública.
Pedro foi aprovado outras três vezes para o mesmo curso em instituições diferentes. No entanto, nunca recebeu autorização da Justiça para estudar. Agora, a advogada do caso, Luana Leal, vai solicitar que o regime do cliente dela seja alterado para o semi-aberto para que o homem possa cursar a faculdade. No Brasil, qualquer detento tem direito ao regime semi-aberto depois de cumprir 1/6 da pena, independente do crime que tenha cometido. No entanto, o comportamento do preso e outros fatores são avaliados para uma decisão final.