Manifestações contra o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) acontecerão em diversas cidades do Brasil, nesta quinta-feira (15). Em Belo Horizonte o ato “BH contra o genocídio negro. Marielle, presente” está marcado para começar às 17h30 na praça da Estação no Centro da capital.
Nas redes sociais o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), organizador do evento, afirma que diante da brutalidade ocorrida com a parlamentar carioca a população não pode se calar e deve continuar honrando as batalhas que Marielle enfrentou durante a vida. “Queremos imediata apuração dos fatos! Queremos verdade!”, escreveram.
O assassinato da vereadora ocorreu na noite desta quarta-feira (14) no Centro do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Militar (PM) da capital fluminense, nove disparos foram efetuados em direção ao veículo que a parlamentar estava.
Além da vereadora, o condutor também morreu. Uma assessora ficou ferida após os disparos e foi internada. No entanto, já recebeu alta. Marielle voltava de uma reunião que tinha como tema o racismo no Rio de Janeiro quando foi baleada quatro vezes na cabeça.
O corpo ainda está no Instituto Médico Legal (IML) e após ser liberado será velado na Câmara Municipal.
Solidariedade na web
Após a confirmação da morte de Marielle as redes sociais debateram o tema amplamente e o assunto tornou-se um dos mais comentados no Twitter. Artistas, políticos e membros da sociedade civil publicaram diversas mensagens em repúdio ao assassinato da vereadora. Confira algumas das publicações:
Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada. Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos.
— Elza Soares (@ElzaSoares) 15 de março de 2018
Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marielle Franco, corajosa liderança política. O Rio de Janeiro e a democracia brasileira foram atingidos por esse crime político bárbaro.
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) 15 de março de 2018
Marielle Franco, coragem, negra, favela, feminista, lutadora contra a desigualdade, a intolerância, as injustiças. Entrou para a política por acreditar que poderia fazer diferente e fazer a diferença. Não permitiram.
Que não tenha sido em vão.
Que o luto se transforme em luta! pic.twitter.com/GJp1bQ3AXf— Petra Costa (@petracostal) 15 de março de 2018
Repercussão internacional
A morte brutal de Marielle também é destaque nos principais jornais do mundo. Na Argentina o “Clarín” enfatizou que a vereadora havia debatido nos últimos dias os assassinatos no Rio de Janeiro. O “The Guardian” destacou que Marielle pode ter sido vítima de uma execução, enquanto o Washington Post diz que a vereadora pode ter sido assaltada.
Marielle Franco
Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016, com 46.502 votos. Nascida no Complexo da Maré, era socióloga, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo feito dissertação sobre o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) nas favelas.
Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Também coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio. No primeiro mandato, Marielle era presidente da Comissão Mulher da Câmara dos Vereadores do Rio.