Aplicativos colocam costume de ‘pegar táxi na rua’ em extinção

Quem achou que os táxis iriam padecer diante dos aplicativos de transporte particular, está enganado. Cada vez mais, os taxistas têm opções para embarcar no mundo digital. São apps como o EasyTáxi, 99Táxis, Coopertáxi e outros. Além disso, a novidade é o app TXS2, pensado pelo Sindicato dos Taxistas de Minas Gerais (Sincavir) e que deve chegar aos consumidores em breve.

Com isso, o hábito de pegar um táxis nas ruas está desparecendo, pois os motoristas, agora, recebem mais chamados pelos aplicativos. Segundo o taxista Robson Augusto, que tem 25 anos de profissão, em pouco tempo não haverá mais pedidos na rua ou em pontos de táxis. “Hoje em dia está tudo mais fácil, essa é a tendência. Principalmente os jovens, que utilizam muito os celulares, é muito mais cômodo”, diz o taxista.

Com os aplicativos, o motorista conta que faz, em média, 13 corridas por dia, além, claro, das chamadas por telefone, pontos de táxis e pedidos na rua.

Já o motorista Waldir Parreira, que tem seus 27 anos de profissão, tem reclamações a fazer em relação aos apps. “Os aplicativos são a morte, mas, sem eles, é pior. É muita exploração, temos que pagar taxas para fazer corridas. Mas, a gente tenta sobreviver”, diz.

O motorista Waldir Parreira tem 27 anos de profissão

Antes, sem o app, Waldir conta que fazia em torno de 30 corridas por dia, agora, ele faz apenas 15. “Trouxe facilidade para os usuários, mas, nós taxistas, ainda estamos nos adaptando a essa nova realidade”.

Ele ainda ressalta que não há só pontos negativos. “Ficou mais seguro também. Agora, a gente já sabe quem é o passageiro e para onde ele está indo, antes mesmo dele entrar no carro”, esclarece o taxista que já sofreu um assalto e foi amarrado pelos criminosos e abandonado em uma mata na Região Metropolitana de BH.

Ocupado, mas vazio

Com a expansão dos apps, pegar táxi na rua tem sido uma tarefa difícil. Nossa equipe de reportagem sentiu isso na pele. Tentamos, pegar um táxi na avenida João Pinheiro, no Centro da capital. Porém, mesmo com os carros vazios, os motoristas informavam que estavam ocupados. Isto porque, estava se dirigindo a outra corrida.

Não que isso seja uma novidade, mesmo antes dos aplicativos era comum que os táxis estivessem ocupados, indo atender clientes que pediram pelo telefone. Mas, agora, com as tecnologias, os táxis vazios e ao mesmo tempo ocupados, estão mais comuns.

O fato também aconteceu com o usuário Bruno Mafra. “Eu tive várias experiências, inclusive recentes, de dar sinal para um táxi e não conseguir embarcar por ele estar indo apanhar outro passageiro”, conta.

Pegar um táxi na rua deve se tornar uma tarifa ainda mais complicada com a chegada de novos aplicativos. “A proposta é reinventar a relação do taxista com a população, oferecendo um serviço qualificado e com preços competitivos”, afirma o presidente do Sincavir, Avelino Moreira de Araújo. Quase cinco mil taxistas já estão inscritos no TXS2, por exemplo.

Finalizamos com uma previsão do taxista, Robson Augusto, sobre o surgimento de novos apps. “Em menos de um ano, não vai existir quem pegue táxi no meio da rua”, prevê.

“Em menos de um ano, não vai existir quem pegue táxi no meio da rua”, afirma Robson Augusto
Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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