Pedágio clandestino faz motoristas reféns na BR-040; moradores negociavam pagamento

Pista foi liberada com intervenção da PM

No rastro da paralisação dos caminhoneiros, que entrou nesta sexta-feira (25) em seu 5º dia, um pequeno grupo de moradores da Ribeirão das Neves, região metropolitana da capital, promoveu a interdição total da BR-040, naquela cidade, exigindo o pagamento de um “pedágio” para a liberação dos veículos. Nos dois sentidos, formou se uma fila de mais de sete quilômetros de retenção.

A interdição teve início por volta das 6h e o trecho só foi liberado mais de oito horas depois com a intervenção dos bombeiros e Polícia Militar. Pelo menos cinco pessoas foram presas pela polícia. De acordo com um passageiro de um ônibus que deixou Brasília às 20h de ontem, e deveria desembarcar em Belo Horizonte às 7h, os manifestantes negociavam a liberação dos veículos em troca de pagamento.

Segundo o passageiro, um ônibus da Viação Gontijo negociou a liberação mediante o pagamento de R$ 50. Por volta das 13h, a Polícia Militar chegou ao local para iniciar a negociação para a liberação do trecho. Neste momento, os homens deixaram a pista e as mulheres assumiram a condução do protesto.


Pela manhã, os moradores queimaram pneus e a carcaça de um veículo impedindo a circulação nos dois sentidos da via. Inicialmente, alegaram que se manifestavam em apoio à paralisação dos caminhoneiros. Depois alegaram que era em defesa da melhoria do transporte coletivo da cidade. Na última semana, moradores também queimaram pneus em razão do deficiente sistema de transporte.

O relato do passageiro, que não se identificou para evitar represália até o fim da viagem, é de horror. Ele contou que o clima era de grande tensão entre passageiros, manifestantes e polícia. Somava-se a isso as mais de 16 horas sem comida e água e a incerteza do desfecho.

O major Flávio Santiago, da Polícia Militar, confirmou que a ação na BR 040, em Ribeirão das Neves, não teve qualquer ligação com o movimento de paralisação dos caminhoneiros. Confirmou ainda a prisão de cinco pessoas por extorsão ao cobrar “pedágio” e ainda por pequenos furtos.

“A Polícia Militar não vai permitir distúrbios civis e aproveitadores que promovem o cerceamento de direitos”, afirmou o oficial. Os presos foram encaminhados à Polícia Rodoviária Federal responsável pelo trecho.

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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