Técnico resgatado de caverna na Tailândia já escapou da morte uma vez

Reprodução/PJMedia.com

Nesta terça-feira (10), a Marinha da Tailândia confirmou que os últimos quatro adolescentes e o técnico do time deles foram resgatados da caverna em que estavam isolados e que já estão em segurança. O grupo passou quase três semanas preso no local. O caso virou notícia em todo o mundo. O que quase ninguém sabe, no entanto, é o que o treinador dos garotos já escapou da morte uma vez. A informação foi revelada pelo The Whashington Post no último sábado (7).

De acordo com a publicação, Ekapol ficou bastante doente por conta de uma epidemia respiratória que assolou a Tailândia. A mesma doença teria matado os pais e o irmão dele, o deixando como o único sobrevivente do grupo de quatro pessoas. Ele tinha apenas 10 anos quando ficou órfão. O rapaz passou, então, a ser cuidado por uma tia.

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A infância do rapaz, de 25 anos, foi triste e solitária, como define a tia responsável por ele. Mais tarde, resolveu então estudar para ser monge budista. Ele ficou no mosteiro ao longo de 10 anos e só deixou o local para cuidar de uma avó doente. Ainda assim, ajudava um mosteiro na região.

Ilustração de Ekapol cuidando de javalis viraliza pela web (Reprodução/Twitter)

Foi na mesma época em que Ekapol começou a trabalhar como assistente técnico do time Moo Pa (Javalis selvagens). Ele e o treinador principal, Nopparat Khanthavong, criaram um sistema para incentivar os garotos a serem bons nos estudos e a gostarem de futebol ao mesmo tempo. Caso tirassem notas boas na escola, os meninos eram recompensados com equipamento esportivo.

Um amigo do assistente disse ao “The Whashington Post” que ele “ama mais aos garotos do que a si mesmo” e que os trata como se fossem da família dele. Enquanto estiveram presos na caverna, os garotos aprenderam a meditar e tiveram lições para manter a calma, tudo com a ajuda de Ekapol. Se por um lado, alguns o criticam por ter escolhido levar os garotos para a caverna – e fugir das enchentes -, muitos outros dizem que o rapaz foi uma “presença divina”.

Ekapol ajuda a treinar time de futebol e anda de bicicleta com garotos (Reprodução/PJMedia.com)

Isso por ter os ajudado a sobreviver conservando energia e até mesmo doando sua parte de comida e água, que eram limitados. A ilustração acima viralizou por representar o cuidado dele com os garotos. “Se ele não tivesse ido junto, o que teria acontecido com meu filho?”, disse a mãe de Pornchai Khamluang, um dos jovens que estava na caverna, a uma TV tailandesa.

“Quando ele sair, precisaremos curar seu coração. Meu querido Ek, eu jamais o culparia”, completou a mãe. Outro amigo de Ekapol citado pelo The Whashington Post disse ter certeza de que o treinador assistente vai culpar a si mesmo pelo ocorrido. Em uma carta publicada nas redes sociais da Marinha Tailandesa, ele chegou a se desculpar com os pais dos garotos e disse que cuidaria deles. “Para os pais de todas as crianças, agora elas estão bem, a equipe está cuidando bem delas. Eu prometo que vou cuidar das crianças da melhor forma possível. Quero agradecer por todo o apoio e quero pedir desculpas aos pais”, escreveu.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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