Lacerda e Pimentel ficam ‘mais pobres’ desde a última candidatura; socialista perde R$ 24 milhões

O ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e o atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ficaram “mais pobres” nos últimos anos. É o que revelam as declarações de bens dos candidatos ao Governo de Minas, quando comparadas com o mesmo documento protocolado nas últimas candidaturas – 2012 no caso do socialista, e 2014 para o petista. Com o fim do prazo para o registro na Justiça Eleitoral, os eleitores mineiros têm, enfim, acesso a todos os dados dos concorrentes das eleições deste ano.

O Bhaz já havia repercutido a declaração de bens de cinco candidatos que registraram a candidatura antes: Antonio Anastasia (PSDB), Romeu Zema (Novo), Alexandre Flach Domingues (PCO), Claudiney Dulim (Avante) e Dirlene Marques (Psol). Na reportagem, foram abordados principalmente dois pontos: o aumento de bens do tucano em quase quatro vezes desde 2010, e a quantia declarada por Zema, que, naquele momento, era responsável por 95% do total de bens dos cinco postulantes.

Com a oficialização dos últimos quatro candidatos – Lacerda, Pimentel, João Mares Guia (Rede) e Jordano Metalúrgico (PSTU) -, o percentual do postulante do Novo cai para 62%. A queda se dá principalmente por causa de Lacerda, que possui 31% do total de bens declarados pelos concorrentes ao Governo de Minas. Juntos, os outros sete candidatos não somam 7% (veja gráfico completo no fim desta reportagem).

Evolução

Sobre a evolução de patrimônio, é possível analisar quatro deles, já que o restante é novato. Anastasia foi candidato a vice-governador em 2006, a governador em 2010 e ao Senado em 2014. Já Pimentel concorreu ao Senado em 2010, e ao governo mineiro em 2014 – os dados de eleições anteriores disputadas pelo petista não estão disponíveis pelo TSE -; enquanto Lacerda disputou a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) em 2008 e 2012. Por fim, Jordano Metalúrgico (PSTU) foi candidato à prefeitura de São João del-Rei em 2012 e 2016, e à Câmara dos Deputados em 2014.

Marcio Lacerda

O socialista foi o candidato que sofreu a maior queda na declaração de bens. Em 2008, quando se candidatou a Prefeitura de Belo Horizonte, o candidato declarou ter R$ 55,5 milhões. Na eleição de 2012, quando se reelegeu quando prefeito, os bens de Lacerda sofreram uma evolução de 6%, algo em torno de R$ 3,3 milhões. Sendo assim, naquele ano, ele declarou à Justiça Eleitoral cerca de R$ 58,8 milhões.

De 2012 até 2018, o ex-prefeito de Belo Horizonte perdeu mais de 40% dos seus bens, algo em torno de R$ 24,3 milhões. Lacerda declarou ter R$ 34,4 milhões em bens para a eleição deste ano. Cerca de R$ 15 milhões do candidato estão investidos em ações. Outra fatia de R$ 14 milhões está declarada como quinhões e capital. O restante está dividido em veículos, um barco e outros investimentos.

Procurado, o candidato afirmou, por meio da assessoria, que não entrou na política para ficar rico, que possui uma vida limpa, sem corrupção, e que, quando esteve à frente da PBH, não roubou e nem deixou roubar.

Pimentel

Já Pimentel, quando concorreu ao Senado, em 2010, declarou R$ 1,6 milhão em bens. Os bens do atual governador sofreram uma evolução de 48%, algo em torno de R$ 800 mil, até o ano de 2014, quando ele concorreu ao Governo de Minas. Na época, ele declarou R$ 2,4 milhões em bens.

Na eleição atual, os bens de Pimentel sofreram uma queda de 24%, algo em torno de R$ 590 mil. O candidato do PT declarou ao TRE-MG aproximadamente R$1,8 milhão. A maioria dos bens do candidato é dividida entre aplicações e investimentos, algo em torno de R$ 1,4 milhão. O restante é composto por imóveis, veículos, terrenos e quotas e quinhões.

Jordano Metalúrgico

O candidato do PSTU tem um veículo Fiat Uno de 1992 que desvalorizou, desde 2012, e duas casas sobrepostas que valorizaram no mesmo período. Em 2012, Jordano tentou ser prefeito da cidade de São João del-Rei, na região Central de Minas. Na época, ele declarou ter o veículo Uno, avaliado em R$ 7,5 mil, e duas casas, uma em cima da outra, de R$ 80 mil.

Atualmente, o candidato tem o mesmo veículo, no valor de R$ 5 mil, e as mesmas duas casas, desta vez, avaliadas em R$ 120 mil. Sendo assim, o candidato declarou à Justiça Eleitoral o valor de R$ 125 mil.

Mares Guia e o apartamento de 144 milhões

Em sua primeira eleição, o candidato da Rede apareceu no site do TSE com R$ 145 milhões em bens, fato que o colocaria como o postulante ao Governo de Minas mais rico, ultrapassando Romeu Zema, que declarou quase R$ 70 milhões.

Porém, tudo não passa de um equívoco. O valor foi causado por um erro de declaração do candidato. Ele inseriu no sistema do TRE-MG um apartamento no valor de R$ 144 milhões, entretanto, o imóvel tem valor de 1,4 milhões.

“Diante de um erro de digitação sobre a declaração de bens do candidato João Batista Mares Guia, disponível no portal Divulgacand do TSE, viemos a público explicar que o valor do apartamento declarado é de R$1.441.753,00 (um milhão quatrocentos e quarenta e um mil setecentos e cinquenta e três reais) e não o valor que consta no portal:  R$144.174.300,00. A assessoria do candidato já entrou em contato com o TRE-MG e em breve os dados devem ser atualizados”, diz nota divulgada pela equipe de campanha.

No total, Mares Guia tem, verdadeiramente, 2,4 milhões em bens declarados ao TRE-MG. A maioria dos valores está aplicada em imóveis, sendo uma casa e dois apartamentos.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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