[Coluna do Orion] Anastasia e Pimentel brigam por 3 pontos para alcançar seus objetivos eleitorais

Divulgação/Facebook

Três pontos percentuais separam o primeiro turno do segundo na eleição para governador de Minas, a vitória do tucano no dia 7 de outubro e a chance do petista tentar virar o jogo até o dia 28 de outubro. Esse é o dilema da última semana de campanha de primeiro turno das eleições estaduais. Como o quadro não se alterou, os candidatos jogam tudo nesta semana para alcançar seus objetivos. Nesta terça (2), pela TV Globo, haverá o último confronto entre eles antes da votação de domingo.

Apesar de estar na liderança das pesquisas, Antonio Anastasia, candidato do PSDB, se movimenta ansiosamente para vencer a eleição por essa diferença, de três pontos, talvez, no dia 7, e acabar com a disputa já no domingo à noite, sem passar pelo risco de uma segunda votação. Seu apelo maior será pelo voto útil no campo antipetista.

O petista Fernando Pimentel, 2º lugar nas pesquisas, sabe que não tem chance de vencer a eleição neste primeiro turno. Por isso, atua em várias frentes para conseguir viabilizar o segundo turno, quando poderia tentar mudar o quadro desfavorável. Além do próprio crescimento, ele torce e conta com o crescimento do terceiro lugar, do candidato Romeu Zema (Novo), de Adalclever Lopes (MDB) e João Batista Mares Guia (Rede) e Dirlene Marques (PSOL). Como Anastasia, Pimentel também sonha com mais três pontos a favor, recorrendo igualmente ao voto útil para evitar a volta dos tucanos.

Há 16 anos em Minas, a disputa tem se dado entre esses dois polos, o PT e o PSDB, e sido encerrada no primeiro turno diante da falta de uma terceira via eleitoral. Desta vez, ainda não dá para garantir essa possibilidade e será algo novo se não se confirmar.

Anastasia e Pimentel fizeram de tudo para que não tivesse a terceira via. O primeiro conseguiu atrair Rodrigo Pacheco, que foi pré-candidato a governador pelo DEM, que, hoje, é candidato a senador na chapa tucana. Pimentel fez o mesmo com Marcio Lacerda, candidato do PSB, mas errou na dose, deixando Lacerda revoltado. Assim, Lacerda não virou candidato a senador na chapa petista e ainda trabalha contra a reeleição dele.

Se Lacerda tivesse sido candidato, com certeza, teria um desempenho melhor do que tem hoje o terceiro lugar, o que deixaria Pimentel receoso de perder o segundo lugar. Tudo somado, o voto útil deverá ser a tônica da semana para garantir os cenários pretendidos pelos dois oponentes mais competitivos na eleição para governador.

#Elaspodemfazeradiferença

Nesse ponto, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), está correto, quando diz que “são as mulheres que movem este país”. E elas foram para as ruas em grande número, nesse sábado (29), em um movimento que deverá crescer até o dia da votação e no provável segundo turno. Elas são maioria dos votos e não só pela quantidade, mas pelo tom e apelo de suas manifestações contra o atraso e retrocesso. Elas estão dizendo #elenão, referindo-se à candidatura presidencial do PSL, Jair Bolsonaro, que, frequentemente, faz declarações machistas e misóginas, além de pôr em xeque a democracia quando diz que não respeitará uma decisão desfavorável nas urnas.

Alguém vai dizer que o ex-presidente petista José Dirceu falou que o PT “mais cedo ou mais tarde, irá tomar o poder”. Sua fala é tão imprópria quanto a do outro e não contribui para o debate nem para a democracia, mas esse senhor não é candidato nem representa mais o partido que presidiu no passado recente.

Então, no sábado (29), foram registradas manifestações de protesto a Bolsonaro nos 26 Estados e no Distrito Federal e até no exterior. Os atos foram promovidos em mais de 100 cidades. Organizados pelo coletivo ‘Juntas’, o movimento #EleNão foi difundido por artistas nacionais e internacionais.

Em resposta a elas, houve manifestações a favor de Jair Bolsonaro. No domingo, os apoiadores do militar também foram às ruas em todas as unidades da Federação para defender sua candidatura. Foram realizadas caminhadas e carreatas em pelo menos 60 cidades.

Também no domingo (30), no penúltimo debate entre os presidenciáveis, Bolsonaro, mesmo ausente, e Haddad, presente, foram os alvos dos demais candidatos na tentativa de mudar o quadro em apenas uma semana. Alckmin se concentra mais em atacar aquele que ocupou seu lugar na disputa eleitoral, que é Bolsonaro, contra o PT; Ciro e Marina atacaram Haddad buscando ser o contraponto à campanha do centro direita, representada por Bolsonaro. Com essa política manjada, não deverão conseguir ir além de onde já estão estagnados.

(*) Jornalista político; leia mais no www.blogdoorion.com.br

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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