Informações relacionadas à possibilidade de que mesários possam anular votos viralizaram nas redes sociais e no WhatsApp nos últimos dias. Uma imagem com a foto do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) acompanha a maioria dos textos. Os conteúdos sugerem que eleitores do candidato serão prejudicados ao terem votos invalidados por pessoas que trabalham nas zonas eleitorais.
As mensagens ganharam ainda mais força neste domingo (7) e vêm acompanhadas de um alerta. Os textos pedem para que apoiadores do capitão da reserva não vistam amarelo ou outra cor que possam identificá-los para evitar que tenham os votos anulados.
Mas será que os mesários podem mesmo interferir e anular os votos?
ATENÇÃO 1.Não use camiseta c/o nome de #Bolsonaro17 ou palavras alusivas a ele. (mesário pode ver e marcar 17 na sua assinatura anulando o seu voto) 2. Não coloque 17 na assinatura,isso anula seu voto 3. Vote em todos os cargos eletivos (senão não vale) 4. Não tire foto na cabine
— sandra (@sandrasimi) 6 de outubro de 2018
Os alertas ainda pontuam que mesários podem escrever 17 ao lado da assinatura de eleitores para identificar apoiadores de Bolsonaro com o intuito de praticar fraude. Porém, de acordo com o artigo 350 do Código Eleitoral, inserir ou fazer declaração falsa, ou diferente da que deve ser escrita em documento público ou particular para fins eleitorais, é crime. Tal ato pode ser punido com até cinco anos de prisão, além de pagamento de 5 a 15 dias-multa se o documento for público. Segundo o TRE-MG, os mesários passam por um treinamento com orientações para atuar com excelência no dia da eleição.
Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) explica que apenas o eleitor pode anular o próprio voto digitando números que não sejam registrados, oficialmente, por nenhum candidato ou partido político. Ou seja, apesar de ser crime, rasurar documentos para fins eleitorais não anula o voto. Portanto, as informações sobre a possibilidade de mesários interferirem no processo eleitoral e invalidarem votos, inclusive de eleitores de Bolsonaro, tratam-se de uma FARSA.