O candidato a Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), recebeu apoio do ex-líder do grupo racista Ku Klux Klan (KKK), David Duke. “Ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista”, afirmou o ex-líder. Por meio de seu Twitter, o candidato disse que recusa “qualquer apoio de grupos supremacistas”.
“Ele é totalmente um descendente europeu. Ele se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França. E ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro”, disse Duke em entrevista a BBC.
O ex-líder do grupo racista aponta Bolsonaro como um fenômeno do nacionalismo global, e o comparou a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. “Ele vai fazer coisas a favor de Israel, e acredito que ele esteja tentando adotar a mesma estratégia que Trump: acho que Trump sabe que o poder judaico está levando a América ao desastre, levando a Europa e o mundo ao desastre. Então, o que ele está tentando fazer é ser positivo em relação aos judeus nacionalistas em Israel como uma maneira de obter apoio”, disse o americano.
Bolsonaro rejeita apoio
Após as declarações de David Duke, o candidato ao Planalto recusou o apoio do norte-americano. “Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas”, escreveu Bolsonaro em seu Twitter pessoal. O candidato do PSL ainda sugeriu que “apoiem o candidato da esquerda”.
Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade. Explorar isso para influenciar uma eleição no Brasil é uma grande burrice! É desconhecer o povo brasileiro, que é miscigenado.
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) 16 de outubro de 2018
Ku Klux Klan: o que é?
Ku Klux Klan (também conhecida como KKK ou simplesmente “o Klan”) é o nome de três movimentos distintos dos Estados Unidos, passados e atuais, que defendem correntes reacionárias e extremistas.
Dentre elas, estão a supremacia branca, o nacionalismo branco, a anti-imigração e, especialmente em iterações posteriores, o nordicismo, o anticatolicismo e o antissemitismo, historicamente expressos através do terrorismo voltado a grupos ou indivíduos aos quais eles se opõem.
Todos os três movimentos têm clamado pela “purificação” da sociedade estadunidense e todos são considerados organizações de extrema-direita.