Em BH, Dirceu fala em anular prisão de Lula e critica Bolsonaro: ‘Vocação autoritária’

Ex-ministro José Dirceu ao lado do vereador de BH Arnaldo Godoy (Rafael D’Oliveira/Bhaz)

O ex-ministro do Governo Lula, José Dirceu, lançou seu livro “Zé Dirceu – Memórias Volume 1” nesta terça-feira (13), em uma pizzaria na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Antes de iniciar a sessão de autógrafos, Zé falou sobre a construção da obra literária, a situação política atual do Brasil, o Governo Bolsonaro e a prisão de Lula.

Segundo o político, condenado em duas oportunidades, é importante que o Partido dos Trabalhadores (PT) reconheça a derrota e se preocupe na oposição. “Já perdemos. Ele ganhou e vai assumir. O que precisamos é saber fazer oposição. Vamos nos assumir socialistas democratas. Vamos retomar as ruas que perdemos e caminhar ao lado do povo. Ele – Jair Bolsonaro – ganhou, mas precisa saber que haverá luta. Os 45 milhões de votos que tivemos nos colocou como uma fortíssima oposição”, disse

Dirceu também associou por várias vezes ações de Bolsonaro ao período da Ditadura Militar. Além disso, ele criticou as propostas do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. “É um governo com vocação autoritária. Mas, tomou as ruas, assim como tomaram em 2016, quando nos tiraram do poder para colocar um projeto de capital liberal. O Governo Bolsonaro é uma continuação do Temer. Querem uma política aberta, abrindo capital, privatizando, mas o Brasil não cabe nas propostas do Guedes. E, quando surgirem as propostas ruins, estaremos lá para opor e apresentar propostas diferentes e, se for preciso, vamos ao Judiciário”, afirma.

O ex-ministro considerou ainda a prisão do ex-presidente Lula como parte de um acordo para retirar Lula das eleições. Para Zé, a esquerda deve lutar para reverter esta situação. “Nós precisamos anular a prisão do Lula, que é uma prisão política e autoritária. Ele foi o primeiro e não será o último diante deste cenário que vivemos. Faremos isso com muita luta, nas ruas e na política, assim como foi Nelson Mandela, na África do Sul”, diz

A obra de Dirceu fala sobre seu tempo de militância estudantil nos anos 1960, seu exílio, o treinamento para ser guerrilheiro em Cuba e a história dentro do Partido dos Trabalhadores. “Escrevi na prisão. Era parte de algo que eu fazia para contornar os dias depressivos. Agora, espero, em liberdade, a oportunidade de escrever o volume dois”, ressalta Zé.

Dirceu foi condenado pelo crime de corrupção ativa em 2012 e preso em novembro de 2013. Ele foi solto um ano depois para cumprir a pena em casa. Entretanto, foi novamente condenado em 2016, desta vez pelo juiz federal Sérgio Moro, acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa. Em junho deste ano, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender a execução da condenação e Zé Dirceu foi solto.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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