Fernando Haddad (PT) virou réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, após Leonardo Barreiros, juiz da 5ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo, aceitar a denúncia do promotor Marcelo Mendroni, do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec).
A partir das delações feitas na Operação Lava Jato, a denúncia do Ministério Público (MP) foi feita. Além disso, o MP também fez denúncia do crime de formação de quadrilha, mas essa parte não foi aceita pela Justiça.
Conforme a denúncia, entre os meses de abril e maio de 2013, Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da empreiteira UTC Engenharia S/A, pagou um valor de R$ 3 milhões para João Vaccari Neto, então tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).
A quantia seria para o pagamento de uma dívida de campanha de Fernando Haddad, que havia sido eleito prefeito de São Paulo. A quantia era necessária para pagar uma gráfica que pertencia a um ex-deputado estadual do PT. De acordo com a acusação, nesta situação, João Vaccari Neto representava e falava em nome de Haddad.
Ricardo Pessoa e Fernando Haddad, de acordo com a denúncia, se reuniram algumas vezes durante a campanha eleitoral ao longo de 2012. “Ocorre que a solicitação de R$ 3 milhões teria sido atendida. Sendo assim, Ricardo Pessoa a prometeu e ofereceu diretamente para João Vaccari Neto e, indiretamente, para Fernando Haddad. Na sequência e de modo a viabilizar o pagamento, Ricardo Pessoa e João Vaccari Neto trocaram informações a respeito dos números de telefone dos seus prepostos”, informa a denúncia.
Haddad já negou por diversas vezes as acusações e informou, por meio de sua assessoria, que acionará a Justiça para se defender. “A denúncia é mais uma tentativa de reciclar a já conhecida e descredibilizada delação de Ricardo Pessoa”, disse a assessoria do petista ao jornal Folha de São Paulo.