Na manhã desta segunda-feira (19), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou uma série de medidas para a cidade em relação ao período chuvoso após uma reunião que contou com a presença do prefeito Kalil e de representantes de diferentes órgãos, entre eles a Defesa Civil.
Uma das novidades apresentadas trata-se de um sistema de alarme que será desenvolvido para alertar a população contra riscos de alagamentos e enchentes. A avenida Vilarinho, uma das mais atingidas pelo temporal da última semana, deve ser a primeira contemplada com a medida. Na sexta-feira (16), Kalil visitou uma das áreas afetadas pela chuva, lamentou as mortes ocorridas na capital e disse que a situação era responsabilidade do prefeito.
Hoje pela manhã, o secretário de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, conversou com a imprensa e disse que a cidade precisa ser vista como um todo. Segundo ele, a capital tem cerca de 700 km de córregos que foram “ignorados” enquanto a cidade era urbanizada. Valadão explicou que projetos e obras serão realizados para evitar desastres. “Os canais são insuficientes para as cargas que recebem”, disse citando o que chamou de “pontos de preocupação”: a avenida Vilarinho, a Tereza Cristina, a Francisco Sá, Cristiano Machado e Prudente de Morais.
Entre as medidas estão programas de coleta seletiva e obras de contenção em várias partes da capital. “São todas soluções de longo prazo, não são soluções simples”, explicou o secretário. “Estamos na coleta de dados de tudo que vem acontecendo na região (Vilarinho), temos um documento pronto. Com esse diagnóstico, agora temos que contratar estudos de alternativas para a região”, disse. Uma delas, segundo ele, seriam bacias para diminuir o impacto das chuvas e evitar alagamentos. “Essa bacias são conchas, buracos, mas temos que ver a capacidade de retenção, o local de criação, então depende do estudo”, conta.
Valadão ainda disse que o sistema de alerta de inundações também deve ser aperfeiçoado por meio da contratação de uma empresa de tecnologia de São Paulo. A companhia desenvolve uma forma de identificar a força da chuva e assim deixar os órgãos mais preparados para possíveis temporais, o que pode ajudar inclusive em ações preventivas. A contratação deve ocorrer em um prazo de seis a oito meses.
O coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil Municipal, explicou que um dos acordos junto à PBH é aumentar o número de agentes para orientar a população sobre áreas de risco. No entanto, ele pede para que as pessoas fiquem atentas e respeitem os avisos. “É preciso respeitar, já que não podemos colocar um servidor público em cada esquina”, disse. “Vamos fazer o que for preciso, sinal luminoso, sirene nos semáforos. Ninguém quer ter a tristeza de três mortes em nenhum lugar de BH”, afirmou detalhando como podem ser os “alarmes”.
Ainda segundo Lucas, cada avenida deverá ser estudada antes da implementação das ações porque cada uma delas tem suas especificidades. “Na Francisco Sá, por exemplo, uma viatura circula informando a possibilidade de chuva forte e inundação”, conta ao explicar a ação que teve início neste ano. Os formatos dos sistemas e programas, bem como as especificações das obras, e seus respectivos valores e prazos devem ser informados a medida em forem definidos.
