MP tem 330 denúncias contra João de Deus, que quer continuar trabalho espiritual em Goiás

Área externa da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia; e o médium João de Deus (Fotos: Site oficial Casa Dom Inácio de Loyola)

Mesmo com o pedido de prisão preventiva do Ministério Público na quarta-feira (12), o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, quer continuar seus trabalhos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), mesmo que sob supervisão policial e de câmeras. O advogado Alberto Toron, que defende o médium, apresentou petição na tarde desta quinta-feira (13), nesse sentido, em uma cidadezinha vizinha, chamada Alexânia.

O Ministério Público de Goiás recebeu, nos últimos quatro dias, 330 denúncias de abuso sexual contra Faria. As vítimas disseram ser de Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Paraná, do Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, de Mato Grosso do Sul, Pará e de Santa Catarina.

As denúncias serão investigadas pela força-tarefa instituída pelo procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, após as acusações contra o médium ganharem repercussão no país e no exterior. Na última segunda-feira, o Ministério Público criou um e-mail ([email protected]para recebimento de denúncias de vítimas. Os 330 comunicados foram recebidos por esse canal e por telefone.

João de Deus quer manter atendimento espiritual em Abadiânia, diz advogado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O juiz titular de Alexânia, Fernando Augusto Chacha de Resende, é também, segundo o site oficial do Tribunal de Justiça de Goiás, juiz substituto em Abadiânia. De acordo com o mesmo documento, a titular em Abadiânia é uma juíza.

O advogado defende que o médium mantenha sua rotina de atividades sob supervisão policial e de câmeras. Toron afirmou que, assim, João de Deus, que se diz inocente, continuará fazendo o bem às pessoas e à cidade, cuja atividade econômica é garantida pela movimentação de milhares de visitantes, do Brasil e do exterior,  à Casa Dom Inácio de Loyola.

Ele não obteve, porém, resposta imediata sobre a petição. Toron disse que aproveitou a ida ao fórum para se apresentar ao magistrado. Ele acrescentou que ainda não teve tido acesso ao pedido de prisão preventiva.

Segundo o advogado, João de Deus, que não foi mais visto, está em Abadiânia, ou em sua casa em Anápols, cidade localizada a 30 minutos do local de atendimento espiritual. Toron confirmou que o médium o visitou em São Paulo na segunda-feira (10). O advogado deu essas informações em vídeo postado no youtube  pelo jornal Metrópoles, do Distrito Federal.

Prisão preventiva

O Ministério Público de Goiás apresentou ontem (12) o pedido de prisão preventiva, do médium acusado de abuso sexual contra adolescentes e mulheres adultas durante sessões de atendimento espiritual em Abadiânia. João de Deus nega as acusações. Segundo a defesa, João de Deus está à disposição da Justiça para se apresentar e prestar esclarecimentos.

Manifestação

Simpatizantes do médium, vestidos de branco, fizeram hoje uma manifestação na rua da Casa Dom Inácio de Loyola. Com cartazes, nos quais se lia “Espalhe o amor” e “Unidos pela Casa”, os manifestantes rezaram e defenderam a inocência de João de Deus.

João de Deus se instalou em Abadiânia (GO) há 42 anos e mantém a Casa Dom Inácio de Loyola, centro de atendimento espiritual onde o médium costuma atender a pessoas doentes. No local, segundo as denúncias, ele teria abusado sexualmente de mulheres durante atendimentos individuais.

Da Agência Brasil

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