O youtuber Whindersson Nunes, de 24 anos, que reúne quase 100 milhões de seguidores e inscritos em suas redes sociais, ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter neste fim de semana, após o relato de uma experiência em torno de sua fé.
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O influenciador digital contou que, em um momento difícil da vida, quando estava perdendo a fé, ouviu palavras amorosas de uma amiga transexual, o que teria feito com que ele voltasse a acreditar.
Whinderson lamentou o fato da expectativa de vida de uma pessoa tão querida ser de somente 35 anos, apenas devido à identidade de gênero dela, ou seja, a forma como ela se sente em relação ao próprio corpo.
Na sequência das postagens, ele ainda fez menção à censura sobre publicações LGBT na Bienal do Rio De Janeiro nesta semana.
E finalizou o assunto, questionando o porquê da baixíssima expectativa de vida das pessoas trans.
Nos comentários dos tweets, alguns seguidores discordaram do posicionamento de Whindersson, com argumentos religiosos.
Mas a grande maioria dos comentários foi de apoio e admiração pelo posicionamento do influenciador digital.
Genocídio da população trans
O Brasil é o país que mais mata LGBTQ+ no mundo. De acordo com a ONG Transgender Europe, entre 2008 e junho de 2016, 868 travestis e transexuais perderam a vida de forma violenta.
Apenas em 2018, 163 pessoas trans foram assassinadas no país, segundo um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), feito em conjunto com o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE).
De acordo com o relatório, os alvos desses crimes têm cor e idade: 97% são travestis e mulheres trans, 82% são pretas ou pardas e 60,5% tem entre 17 e 29 anos.
Homofobia vira crime
Em junho deste ano, por oito votos a três, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais seriam equiparados ao crime de racismo.
Após a decisão da Corte Suprema, ficou definido o seguinte:
- “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
- a pena será de um a três anos, além de multa;
- se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
- a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.