Família de presa por injúria racial pede desculpas a taxista e detalha doença mental

Reprodução/Facebook

Neste domingo (8), a família de Natália Burza Gomes Dupin, de 36 anos, presa semana passada por injúria racial após ofender um taxista, divulgou uma nota na qual pede desculpas à vítima. No texto, os irmãos da mulher ainda relatam em detalhes um histórico de problemas psíquicos, que inclui casos de agressão, tentativas de suicídio e tratamento com eletroconvulsoterapia. “Pedimos compaixão”, diz um trecho do comunicado.

A mulher foi presa na última quinta-feira (5) após rejeitar uma corrida com o taxista Luiz Carlos Alves Fernandes, de 51 anos, alegando que “não gosta de negros”. Além disso, ela cuspiu na vítima e ofendeu policiais que registravam a ocorrência. Neste sábado (7), a Justiça autorizou que Natália responda ao crime em liberdade mediante ao pagamento de R$ 10 mil em fiança. Ela foi solta após passar um dia no presídio de Vespasiano.

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A família de Natália começa a nota pedindo desculpas ao taxista e ressalta: “Racismo é um a realidade brutal e inaceitável”. Os irmãos da mulher ainda contam que tentavam uma vaga para interná-la em um hospital psiquiátrico antes mesmo da prisão. “Sabemos que alegar doença mental no nosso país é algo que foi banalizado. Não é esse o caso (…) Já foi internada, já recebeu eletroconvulsoterapia”, diz a nota.

Confira o texto na íntegra:

“Precisamos falar sobre isso.

Sentimos muito pelo que aconteceu com o Sr. Luís Carlos Alves Fernandes e com todos os envolvidos. Pedimos sinceras desculpas àqueles que sofrem preconceito diariamente em nosso país. Podem ter certeza, doeu em todos nós.

Racismo é um a realidade brutal e inaceitável.

Mas quero informar algo que ainda não foi publicado. A Natália é uma pessoa com transtornos psíquicos. Atestada há anos por profissionais da saúde. Sabemos que alegar doença mental no nosso país é algo que foi banalizado. Não é esse o caso.

Nossa irmã já tentou suicídio por diversas vezes, já agrediu de forma física e moral muitas pessoas, inclusive sua propria família que é quem a protege e a ama (independentemente da cor, orientação sexual, crença etc). Já foi internada, já recebeu eletroconvulsoterapia. Nas últimas semanas, tentávamos uma vaga em um hospital psiquiátrico, mas infelizemente, não conseguimos. Essa também é outra realidade inaceitavel.

Para quem não conhece a doença, ela altera o comportamento e produz uma neurose e mania de perseguição, além de causar um comportamento agressivo e imprevisível. Só quem tem alguém próximo com essa doença pode entender a dor que passamos há anos e estamos passando agora. Pedimos compaixão.

Precisamos falar sobre racismo. Também precisamos falar sobre transtornos psíquicos que atingem de forma universal milhões de pessoas.

Assinam esta nota os irmãos da Natália.”

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