Fogos de artifício também prejudicam pessoas com autismo; Marcos Mion faz apelo

@marcosmion/Instagram/Reprodução + Gabriel Monteiro/SECOM

Animais domésticos, como cães e gatos, não são os únicos que a sofrer com os estímulos dos fogos de artifício disparados, principalmente, no fim do ano. Na véspera do ano-novo, o apresentador de TV Marcos Mion fez um alerta sobre quem também está sujeito a entrar em crise diante da queima de fogos: as pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O apresentador é pai de Romeo Mion, de 14 anos, que é portador de TEA. No Twitter, ele pediu para que as pessoas não soltem fogos de artifício na virada do ano, por um bem maior. “Tem que pensar em TODOS AUTISTAS que entram em crise com o barulho. Em TODOS ANIMAIS que entram num espiral de pânico. NÃO SOLTE”.

Portadores de TEA podem apresentar hipersensibilidade a estímulos visuais e sonoros. Rosângela Gomes, professora do Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG, conta que os foguetes podem afetá-los negativamente. Ela falou a respeito do assunto em uma reportagem da TV UFMG.

“Os fogos de artifício afetam de maneira bastante negativa as pessoas que têm autismo. Seja pelo estímulo auditivo ou visual, que são muito intensos na noite de ano-novo, as pessoas com autismo, seja um bebê, uma criança, um adolescente ou um adulto, vivenciam isso de maneira muito intensa e muito negativa”, explicou a professora em entrevista à TV UFMG.

Como proteger os portadores

A hipersensibilidade sensorial pode acabar desencadeando crises por parte das pessoas com autismo. Para evitar que isso aconteça, existem algumas atitudes que podem ser tomadas e que podem minimizar os efeitos dos estímulos.

“Uma das coisas que precisamos pensar é o ambiente em que essa pessoa vai estar. O ideal seria que ela pudesse passar a noite do ano-novo com pessoas que ela conhece, num ambiente já conhecido por ela. Outra coisa que pode diminuir a intensidade dos sons seria colocar algodão no ouvido ou fones de ouvido”, explicou Rosângela.

Mesmo com as prevenções, uma crise ainda pode ser desencadeada. “Nesse caso, é conversar, tentar acalmar, tentar afastar os estímulos auditivos e visuais para ver se a pessoa se tranquiliza”, completou.

Como os fogos afetam os cães

Os efeitos dos estímulos dos fogos de artifício nos cachorros já são um pouco mais conhecidos e compartilhados. Em entrevista anterior ao BHAZ, Paula Mayer Costa, médica veterinária neurologista da UFMG, explicou que o animal escuta melhor que os seres humanos: “Eles têm esse sentido mais aguçado. Com isso, provoca-se uma excitação no animal e, com o barulho dos fogos, desencadeia diversas alterações”.

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“O animal pode ter convulsões e problemas cardíacos, por exemplo. Eles ficam com muito medo, tentam se defender, sair daquele lugar que está com muito barulho. O primeiro instinto dele é fugir. Por isso, nesses momentos, não é recomendável abrir portas ou janelas da casa, para que o animal não saia”, contou Paula.

Nas redes sociais, usuários compartilham vídeos e imagens que mostram as consequências que a queima de fogos trazem aos cães, com o objetivo de conscientizar outras pessoas e evitar que mais foguetes sejam soltos.

Para evitar uma crise, a recomendação básica é colocar tampões de algodão nos ouvidos dos animais, colocar faixas para protegê-los e tocar música clássica para acalmá-los. “Tentar manter o ambiente o mais tranquilo possível, ficar perto deles nesse momento”, completou a médica veterinária.

Com TV UFMG

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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