Professor morre após ingerir suco supostamente envenenado em escola; áudios mostram desespero

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O professor Odailton Charles de Albuquerque Silva morreu com suspeita de envenenamento (Facebook/Reprodução + Google Street View/Reprodução)

O professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, de 50 anos, morreu após um suposto envenenamento no Centro de Ensino Fundamental 410 Norte, em Brasília (DF), no fim de janeiro. Áudios gravados logo após a ingestão de um suco de uva mostram a aflição do homem. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o caso.

Durante uma reunião, o professor teria tomado um suco de uva na escola por qual foi diretor por seis anos. Alguns minutos depois, ele começou a passar mal. Enquanto sua condição piorava, Odailton enviou áudios desesperados para a família, pedindo socorro e relatando o estado de saúde. Nas gravações, o professor chegou a falar que desconfiava de uma substância estranha no suco, que poderia ter sido colocada por um desafeto.

Nas gravações, divulgadas pelo Metrópoles, o docente explica que foi até a escola para assinar alguns documentos, no momento em que encontrou uma colega de trabalho com a qual teria desavenças.

“Não é brincadeira, não. Tomei um negócio e estou passando mal mesmo. Será que essa desgraçada me envenenou? Ela esperou sair todo mundo para almoçar. […] Estou até com medo de ligar para a minha mulher e deixar ela apavorada, coitada. Estou passando mal mesmo. Ela colocou algum purgante aqui, algum purgante”, disse o professor, em áudio gravado para uma amiga.

Poucos minutos depois, com o estado um pouco pior, o docente volta a enviar um áudio para a amiga. “Estou te mandando mensagem porque você demora a atender. Aí, eu fico agoniado. Cheguei aqui e a mulher com a cara feia. Os quadros que eu tinha deixado estavam empilhados para eu carregar. Folhas de ponto para assinar. Quase que ela não deixa eu entrar na escola, mas depois ela viu que eu estava de boa e tal”, continua Odailton.

Ainda segundo o professor, a mulher estava “com ódio nos olhos”. “Me chamou na salinha ali para assinar a folha de ponto e, quando fui ver, ela ainda me deu uma garrafinha de suco de uva. Tomei até um susto, mas pensei: ‘Não vou tratar mal não, né? Não vou ser deselegante’. Fiquei receoso. Fui e tomei”, explica.

Na continuação da gravação, o professor conta que já se passaram por volta de 15 minutos. “Está me dando uma dor de barriga desgraçada. Será que colocou laxante para me sacanear? Dor de barriga, estou grilado. A mulher me olha com cara feia e, depois que o pessoal sai de perto, me coloca na salinha com suco de uva. Estou com medo. Vou até ligar para a minha mulher. Vou esperar, não deve ser nada. Deve ser do meu remédio. Não é possível que ela tenha coragem, ai meu pai do céu”, completou Odailton.

Intoxicação

De acordo com informações do Metrópoles, o prontuário médico do professor, emitido por profissionais do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), apontam intoxicação. O problema teria sido causado por algum organofosforado, uma substância que está presente em inseticidas e agrotóxicos.

O docente foi enterrado na tarde desta quinta-feira (6). A 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) é responsável pela investigação do caso e aguarda a conclusão do laudo. O caso é tratado como homicídio.

Em nota ao Metrópoles, a Secretaria de Educação relatou que “lamenta o ocorrido e irá aguardar as conclusões do inquérito policial”. A direção da escola preferiu não comentar o caso.

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