Depois de descumprir as recomendações de monitoramento do Ministério da Saúde devido ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que considera o cancelamento das partidas de futebol no Brasil, diante de uma pandemia, uma medida que “contribui para o histerismo”.
Em entrevista à CNN, na estreia do canal no Brasil, Bolsonaro disse que considera exagerada a reação de prevenção ao vírus que se espalha pelo mundo. “Devemos respeitar, tomar as medidas sanitárias cabíveis, mas não podemos entrar numa neurose, como se fosse o fim do mundo”, declarou o presidente.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Mineira de Futebol (FMF) anunciaram, no domingo (15), a suspensão dos torneios nacionais e estaduais de futebol devido à ameaça de aumento de casos do novo coronavírus no Brasil.
+ Efeito coronavírus: Mineiro e torneios da CBF são suspensos e Globo muda grade
“Quando você proíbe jogo de futebol, entre outras coisas, está partindo para um histerismo. Poderiam vender um percentual de ingressos levando em conta a quantidade de pessoas que comportam as arquibancadas. E não partir para simplesmente proibir isso e aquilo, porque não vai, no meu entender, conter a expansão dessa forma”, disse Bolsonaro sobre a medida.
A CBF decidiu suspender, a partir de 16/3, por prazo indeterminado, as competições nacionais sob sua coordenação que estão em andamento: Copa do Brasil, Campeonatos Brasileiros Femininos A1 e A2, Campeonato Brasileiro Sub-17 e Copa do Brasil Sub-20. https://t.co/MOVT4VomPt pic.twitter.com/BSaBn7JCit
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) March 15, 2020
Para o presidente, há interesse econômico e político por trás da pandemia. “Tivemos vírus muito mais graves que não provocaram essa histeria. Certamente tem um interesse econômico nisso. Em 2009 teve um vírus também e não chegou nem perto disso. Mas era o PT no governo aqui e os democratas nos Estados Unidos”, completou ele.
Presidente contraria recomendações
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro esteve na Flórida, nos Estados Unidos, com uma comitiva. No grupo que o acompanhou, onze brasileiros tiveram resultado positivo para o teste de coronavírus, segundo o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Apesar do teste de Bolsonaro ter descartado a contaminação pelo vírus, o Ministério da Saúde pediu que seja realizado um novo exame e recomendou que o presidente permanecesse em monitoramento, sem ter contato com aglomerações.
Contrariando as recomendações, Jair Bolsonaro marcou presença em uma das manifestações a favor do governo, realizada em Brasília nesse domingo (15). O presidente deixou o Palácio da Alvorada e apertou a mão de apoiadores.
A ameaça Bolsonaro, hoje:
— vtorresfreire (@vtorresfreire) March 15, 2020
1. Animou pessoas a se juntarem em bandos que podem espalhar a epidemia;
2. Deu exemplo de comportamento de risco. Apertou a mão de pessoas aglomeradas;
3. Espalhou fotos de protestos pelo fechamento do Congresso;
4. Desprezou o conselho médico racional pic.twitter.com/XIQts1FY29
O Ministério da Saúde atualizou no domingo o número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) no país. Conforme a atualização dos dados, até o momento, há 200 casos em todo o país.
De acordo com levantamento diário feito pela pasta, 1.917 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal são monitoradas por suspeitas de estarem infectadas. Nenhuma morte foi registrada no Brasil desde o início da transmissão da doença.
Para prevenir o Covid-19 o Ministério da Saúde afirma que as medidas gerais são o reforço da etiqueta respiratória, a prática de higiene frequente e a desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência, além do isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença.
Com Agência Brasil