Bolsonaro é denunciado por crime contra humanidade e convoca jejum contra ‘mal do coronavírus’

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Medidas foram tomadas nesta quinta (José Cruz + Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil)

Com o avanço dos registros do novo coronavírus no Brasil, diversas atitudes tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na contramão do que recomendam autoridades de saúde de todo o mundo, preocupam especialistas e estudiosos. Somente esta semana, Bolsonaro indicou que vai organizar um jejum coletivo para “livrar” o Brasil do vírus e foi denunciado a autoridades internacionais por crimes contra a humanidade.

Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quinta-feira (2), o presidente afirmou que gostaria de um dia de jejum religioso contra o vírus. “Sou católico e minha esposa é evangélica, estou pedindo um dia de jejum para quem tem fé. Pedir um dia de jejum para todo o povo brasileiro, em nome, obviamente, de que o Brasil fique livre desse mal”, disse.

‘Tempo de prosperidade’

A iniciativa foi sugerida por um grupo de pastores que havia se encontrado com Bolsonaro na porta do Palácio da Alvorada ainda na quinta-feira e já foi endossada por outras figuras religiosas, como o pastor Silas Malafaia, líder do ministério Vitória em Cristo, ligado à Assembleia de Deus.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Malafaia sugeriu, para garantir maior eficácia, que o jejum seja feito por todos em um único horário: “Eu creio que, depois que passar isso aí, vai vir um tempo de prosperidade para o Brasil que nunca houve”.

O presidente marcou a ação para o próximo domingo (5) e informou que está em contato com líderes católicos e evangélicos para convocar os fiéis a fazer o sacrifício religioso.

Crime contra a humanidade

Também nesta quinta-feira (2), a ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia) denunciou Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional pela prática de crime contra a humanidade que vitima a população brasileira diante da pandemia de coronavírus.

Conforme a associação, o presidente tem atitudes irresponsáveis e ações que estimulam o aumento do contágio do vírus, expondo a saúde e a segurança de cidadãos brasileiros.

“Por ação ou omissão, Bolsonaro coloca a vida da população em risco, cometendo crimes e merecendo a atuação do Tribunal Penal Internacional para a proteção da vida de milhares de pessoas”, defende o documento assinado pelos advogados Ricardo Franco Pinto e Charles Kurmay.

Os juristas reforçam que as ações do presidente contrariam recomendações de autoridades sanitárias do mundo inteiro, bem como as diretrizes da Organização Mundial da Saúde.

Entre essas ações, destacam-se o estímulo ao fim do isolamento social, à reabertura de escolas, igrejas e comércio, participação e convite para manifestações e aglomerações públicas e o lançamento da campanha “O Brasil não pode parar”.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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