Apenas 1% dos belo-horizontinos defende o fim do isolamento social e 31% temem desemprego

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Belo-horizontinos aprovam as medidas de isolamento (Amanda Dias/BHAZ)

A maioria dos moradores de Belo Horizonte aprova as medidas de distanciamento e isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus na capital. Segundo pesquisa realizada pela CDL-BH (Câmara de Dirigentes Lojistas), apenas 1% dos moradores é favorável à interrupção das medidas de quarentena e volta do comércio.

Em relação às medidas de combate à epidemia, o estudo mostra que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) tem uma aprovação maior que a do governador de Minas, Romeu Zema (Novo) e até mesmo que a do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

As medidas de Kalil têm uma avaliação positiva de 69%, enquanto 22% as consideram regular, 7% as reprovam, e outros 2% não souberam responder. Enquanto isso, Zema tem 27% de aprovação, 47% de regularidade e 24% de reprovação. Em relação ao governador, 3% não souberam responder.

Quanto ao presidente Bolsonaro, 54% consideram negativas as suas medidas contra Covid-19, enquanto 22% acham as ações regulares e 22% aprovam. Uma fatia de 2% dos entrevistados não soube responder as questões sobre o presidente.

O estudo ouviu 600 pessoas com idades entre 16 e 80 anos, entre os dias 28 e 31 de março. A margem de erro da pesquisa é de 4,2 pontos percentuais e a confiança é de 95%.

Discurso do presidente

Outra questão política abordada pela pesquisa foi a impressão em relação ao posicionamento das lideranças políticas. Duas questões foram colocadas: as declarações de Bolsonaro de que o novo coronavírus seria uma histeria e de que o comércio deveria funcionar; e a determinação de Kalil para suspender as atividades comerciais na capital para reduzir a disseminação do vírus.

A pesquisa mostra que 70% dos moradores da capital discordam de Bolsonaro. Apenas 27% concordam com o discurso do presidente e 2% não souberam responder.

Quanto ao prefeito Kalil, 88% aprovam as medidas, outros 11% discordam e 1% não souberam responder.

Isolamento e comércio

Ao questionar os entrevistados quais medidas tomariam diante da pandemia caso fossem presidentes, 41% dos belo-horizontinos disseram que manteriam o comércio fechado e o isolamento até o surto passar. Outros 35% disseram que manteriam o isolamento por mais 10 ou 15 dias.

Uma fatia de 17% defende a medida de isolamento vertical, sugerida pelo presidente Jair Bolsonaro, de isolar apenas as pessoas em risco e reabrir o comércio. Apenas 1% defende o fim das medidas por completo e 6% dos entrevistados não souberam responder.

No dilema entre economia e saúde, os belo-horizontinos se mostram mais preocupados em se manter saudáveis. Questionados sobre o principal medo causado pelo coronavírus, 65% dos belo-horizontinos temem ficar doentes e não conseguirem tratamento, enquanto 35% tem medo das consequências econômicas da doença.

Medidas de combate

Em relação às medidas de combate ao vírus, 91% dos entrevistados apoiam o fechamento de escolas e universidades; 84% apoiam o isolamento social; 77% defendem o fechamento do comércio não essencial e 75% aprovam o fechamento das fronteiras estaduais.

Economia e emprego

Apesar de entenderem o momento de crise, os belo-horizontinos já temem pelos reflexos do coronavírus na economia. O número de pessoas que acham que sua capacidade financeira para consumo vai piorar no próximo semestre aumentou. O número saltou de 9% para 46%.

Houve um recuo em relação às pessoas que achavam que a situação financeira melhoraria nos próximos seis meses. A porcentagem caiu de 57% para 13%. Outros 31% acreditam que a situação financeira vai ficar igual e 10% não souberam responder.

Divulgação/CDL-BH

Em relação ao emprego, 31% dos entrevistados entendem que ele mesmo ou alguém da família vai perder o emprego nos próximos meses. Outros 32% acham que não e 37% não souberam responder.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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