Kalil sobe tom contra empresários e diz querer evitar ‘cenas de filme de terror’: ‘Eleito pelo povo de BH’

kalil pandemia loja
Kalil informa que vai seguir a ciência com relação a abertura de lojas

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) reforçou em uma live, na tarde desta terça-feira (28), que não vai permitir a abertura do comércio em Belo Horizonte antes que haja um consenso entre a equipe de especialistas sobre a segurança da ação.

“Se a gente conseguir alongar mais um pouquinho (a chegada do pico), temos o risco de não chegar. Eu não escuto um médico infectologista falando que o que a prefeitura de BH está fazendo está errado”, disse Kalil.

A prefeitura adquiriu dois milhões de máscaras laváveis para distribuir para a população. Além disso, o chefe do Executivo municipal informou que a PBH está liberando 1.900 covas na cidade. “Eu fico horrorizado quando eu acordo e vejo que um Estado está importando um avião de caixão. Eu fico horrorizado com a falta de sensibilidade humana de ver covas rasas. A prefeitura de São Paulo está encomendando sacos plásticos reforçados para por cadáver. Eu não quero fazer isso, gente. E eu não vou fazer isso”, desabafou.

+ Kalil discutirá reabertura do comércio, mas avisa: ‘Quem tem medo de buzina é cachorro distraído’

Kalil foi duro ao criticar pessoas que não estão percebendo a gravidade da situação da Covid-19 no Brasil. “Vamos tentar salvar BH de cenas de filme de terror”, disse o prefeito sobre a situação vivenciada em Manaus e em outros locais do Brasil. O mandatário contou que a situação extrema do Rio, Manaus, Pernambuco, Ceará, entre outros, configura algo que ele nunca imaginou ver no país. “Eu nunca imaginei enterros em massa, corpos em frigorifico”, disse emocionado.

Sem esperança

O mandatário afirmou ainda que não acredita na melhora da humanidade depois da pandemia. Isso porque há entidades “gritando” para que o comércio seja retomado mesmo com a exposição da situação em outras partes do país e do mundo.

Apelo

Kalil garantiu que, após salvar vidas, a prefeitura vai voltar os olhos para os comerciantes. No entanto, ele fez uma apelo ao Judiciário para que não libere lojas “na canetada” para funcionar. Ele avisou ainda que as entidades que estão com a prefeitura não serão esquecidas.

“Não pode autorizar um, dois, três ou quatro abrir na caneta porque isso vai custar vida. Estou implorando ao Judiciário”, afirmou o prefeito.

Isolado

O mandatário revelou ainda que está afastado da família desde o dia 10 de março. Kalil está sem ver os filhos, a neta, e as três noras, que estão grávidas. “Eu tenho que vir aqui (na prefeitura) para dar satisfação para vocês. Eu fui eleito pelo povo de BH. Eu não fui eleito por meia dúzia de lojas. E eu vou fazer o que a lei me permitir e a ciência me falar”, disparou.

O prefeito sabe que há muitos desempregados em função da crise. “Cada dia, é um dia de desemprego, nós vamos cuidar do empresariado, mas vamos tentar salvar BH”, finalizou.

Carnaval

O prefeito aproveitou a oportunidade para dizer que não há nenhuma prova científica que aponte que o Carnaval tenha contribuído para a disseminação do novo coronavírus.

“Imagina o comerciante, dono de bar, fechado sem o Carnaval. Tem gente que gosta de orar e tem gente que gosta de ir para a rua pular Carnaval. Vamos respeitar todo mundo”, complementou.

Aline Diniz[email protected]

Editora do BHAZ desde janeiro de 2020. Jornalista diplomada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) há 10 anos e com experiência focada principalmente na editoria de Cidades, incluindo atuação nas coberturas das tragédias da Vale em Brumadinho e Mariana. Já teve passagens por assessorias de imprensa, rádio e portais.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!