Um dos quatro ex-policiais envolvidos no assassinato de George Floyd – que se tornou símbolo mundial da luta antirracista – foi interpelado quando fazia compras em um mercado, em Minnesota, nos Estados Unidos. J. Alexander Kueng foi flagrado no estabelecimento nesse fim de semana após pagar fiança de 750 mil dólares – o equivalente a R$ 3,9 milhões – e ser solto na sexta-feira (19).
O vídeo com uma voz feminina questionando o ex-policial foi publicado no Twitter, nesse domingo (21), por um homem que se identifica como irmão da autora das indagações, ocorridas em um mercado chamado Cub Foods. “Então você está fora da prisão e está confortavelmente comprando na Cub Foods, como se não tivesse feito nada”, afirma a pessoa, após Kueng confirmar que ele era um dos policiais envolvidos na morte de Floyd.
Com mais barba do que no dia em que participou da operação que resultou no escândalo mundial, Kueng ainda respondeu a mulher após ouvir que ele estava fazendo compras confortavelmente. “Eu não chamaria isso de ‘confortavelmente’. Eu apenas diria ser necessário”, respondeu o policial que foi demitido da corporação, com um pacote de biscoito Oreo nas mãos.
look who my sister caught at Cub Foods in Plymouth. J. Alexander Keung, one of the officers who lynched #GeorgeFloyd in cold blood. pic.twitter.com/PVX4pFijab
— josiah (@jk3rd_) June 21, 2020
“Eu não acho que você deveria ter esse direito. Eu nem acho que você deveria sair sob fiança”, afirmou a mulher. “Eu posso entender isso”, respondeu o ex-policial, acompanhado por um homem não identificado. “Sinto muito por você se sentir assim”, complementou Kueng. “Você não tem o direito de estar aqui. Você matou alguém a sangue frio”. “Você sente algum remorso pelo o que fez?”, questionou a mulher, sem receber resposta do homem.
Caso Floyd
George Floyd foi morto no dia 25 de maio após o então policial Derek Chauvin ficar mais de 8 minutos ajoelhado no pescoço dele. “Não consigo respirar”, foi possível ouvir Floyd dizer em um dos vários vídeos gravados por quem passava pelo local, em Minneapolis, Minnesota.
Além de Chauvin, outros três policiais participaram da operação que visava abordar Floyd por suspeita de usar uma nota falsa – e não apresentou resistência alguma à abordagem policial. São eles Kueng e Thomas Lane, que ajudaram a conter Floyd, e Tou Thao, que integrava a equipe.
Todos os quatro foram demitidos da polícia local e presos. Lane foi solto no último dia 10 após pagar fiança de 750 mil dólares. Na sexta-feira (19), foi a vez de Kueng sair da prisão ao pagar o mesmo valor. Chauvin e Thao continuam detidos e podem responder em liberdade sob o pagamento da fiança de 1,25 milhão de dólares e 750 mil dólares, respectivamente.