MEC contraria resultado de consulta a alunos e marca Enem para janeiro

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O resultado da enquete do Inep pedia que a prova fosse aplicada em maio (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A nova data de aplicação do Enem 2020, que foi adiado por causa da pandemia da Covid-19, foi definida pelo MEC (Ministério da Educação) nessa quarta-feira (8). A prova será aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021, na versão impressa, e terá uma reaplicação em 24 e 25 de fevereiro.

A versão digital do exame será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro e a previsão é de que os resultados sejam divulgados no dia 29 de março. A definição da nova data do Enem contraria o resultado da consulta a estudantes feita pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em junho.

Pelo levantamento, 49,7% dos estudantes preferiam que o Enem impresso fosse aplicado em 2 e 9 de maio de 2021, e o Enem digital em 16 e 23 de maio. Segundo o secretário executivo do MEC e ministro interino Antonio Paulo Vogel, a definição das datas foi construída após diálogo com as secretarias estaduais de Educação e entidades que representam as instituições de ensino superior, tanto privadas quanto públicas.

Aplicação

Antonio Paulo Vogel fez o anúncio da nota data do Enem ao lado do presidente do Inep, Alexandre Lopes. “Entendemos que essa decisão não é uma decisão perfeita e maravilhosa para todos. Sabemos que não é. Então, buscamos uma solução técnica, tentando ver a data que melhor se adequa a todos”, afirmou Vogel, ao divulgar o novo calendário.

Segundo o presidente do Inep, serão adotadas medidas sanitárias durante a aplicação das provas, como uso de álcool gel e distanciamento adequado entre os estudantes. Os protocolos sanitários para aplicação das provas vão gerar um custo adicional de cerca de R$ 70 milhões para o governo federal, informou Alexandre Lopes.

“Estamos prontos para fazer essa execução em janeiro. Já estamos adotando as medidas necessárias, junto ao consórcio aplicador, para garantir a segurança sanitária durante a aplicação da prova, medidas relativas ao uso de álcool gel, uso de máscara, distanciamento e quantidade de alunos nas salas de aplicação do exame”, afirmou Lopes.

Revolta

Nas redes sociais, e decisão do MEC de contrariar o resultado da enquete e definir outra data para o exame causou revolta. Estudantes defendem que a prova seja aplicada em maio, porque grande parte da população brasileira não tem acesso a aulas virtuais de qualidade enquanto as aulas presenciais estão suspensas.

Consulta pública

Ao comentar a decisão de aplicar as provas entre janeiro e fevereiro, Lopes disse que levou em conta, além da própria enquete, as opiniões das instituições de ensino e das secretarias de educação.

“A enquete não seria o único parâmetro para definição da data, era mais um parâmetro. Entendemos que seria muito importante ouvir os secretários estaduais de educação, representados aqui pelo Consed, como também as instituições de ensino superior, tanto públicas quanto privadas. Todas as informações foram levadas em consideração”, afirmou.

“Com relação à enquete, mais da metade dos alunos optaram por dezembro e janeiro; maio foi menos de 50% dos alunos, então, mais da metade dos alunos preferiu dezembro e janeiro e a gente também está atendendo esse público”, finalizou o presidente do Inep.

Com Agência Brasil

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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