Feriadão de calor teve 12 afogamentos em cachoeiras e lagoas de Minas

afogamento cachoeira corpo de bombeiros
Bombeiros resgataram um homem que se afogava na Cachoeira da Fumaça (Corpo de Bombeiros de Minas Gerais/Divulgação)

O calor mal chegou e, só no feriado da Independência do Brasil, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais registrou 12 atendimentos de afogamento. No sábado (5), um adolescente morreu após se afogar em outra lagoa na região metropolitana de Belo Horizonte. No domingo (6), o destino foi o mesmo para dois meninos de 11 e 12 anos, também na Grande BH. As ocorrências acendem um alerta, já que a temporada de altas temperaturas tende a continuar no estado.

Nem todos os acidentes resultaram em mortes, mas, segundo a corporação, em cada um deles, houve pelo menos uma vítima de afogamento. As ocorrências foram registradas entre 0h do sábado e 0h desta terça-feira (8). Confira o levantamento parcial feito pela corporação dos atendimentos de afogamento neste feriado:

  • Duas ocorrências em Ribeirão das Neves, na RMBH, no sábado e no domingo
  • Uma ocorrência em Barbacena, na região Central de Minas, no sábado
  • Uma ocorrência em Unaí, na região Nordeste de Minas, no sábado
  • Uma ocorrência em Perdões, no Centro-Oeste de Minas, no sábado
  • Uma ocorrência em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, no domingo
  • Uma ocorrência em Prata, no Triângulo Mineiro, no domingo
  • Uma ocorrência em Delta, no Triângulo Mineiro, no domingo
  • Uma ocorrência em Medina, no Vale do Jequitinhonha, no domingo
  • Uma ocorrência em Serra Azul de Minas, na região Central do estado, na segunda-feira
  • Uma ocorrência em Ibiá, no Alto Paranaíba, na segunda-feira
  • Uma ocorrência em Nova Ponte, no Alto Paranaíba, na segunda-feira
adolescente se afoga lagoa bombeiros
No sábado, adolescente morreu ao se afogar em lagoa (Corpo de Bombeiros de Minas Gerais/Divulgação)

Atenção redobrada

Lagoas, cachoeiras e rios são lugares comuns das pessoas procurarem para aproveitar feriados prolongados, como o da Independência. O Corpo de Bombeiros dá dicas de segurança para o passeio não terminar em tragédia:

  • Evite consumo excessivo de bebida alcoólica ao entrar na água;
  • Não pule ou faça brincadeiras em locais desconhecidos;
  • Se não souber nadar, fique no lugar onde a água não ultrapasse a cintura.

O Corpo de Bombeiros recomenda que sejam sempre seguidas as orientações de segurança em rios, lagos e represas para evitar afogamentos. Também recomenda que, no caso de uma pessoa começar a se afogar, não se deve entrar na água para socorrer, pelo risco de se tornar mais uma vítima. Em caso de emergência, ligue para o 193.

Cuidados com as crianças

De acordo com a ONG Criança Segura, no Brasil, os afogamentos são a segunda maior causa de morte e a sétima de hospitalização por motivos acidentais entre crianças com idade de zero a 14 anos. Em 2018, 866 pessoas dessa faixa etária morreram vítimas de afogamento, o que representa uma média de 2,3 óbitos por dia, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Confira as dicas de prevenção do afogamento, reunidas pela ONG:

  • Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará as supervisionando de forma ativa e constante o tempo todo;
  • Ensine as crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso;
  • O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento;
  • Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento de emergência sempre visível (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros: 193);
  • Muitos casos de afogamentos acontecem com pessoas que acham que sabem nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes;
  • Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também;
  • Fique atento! Crianças pequenas podem se afogar em qualquer recipiente com mais de 2,5 cm de água ou outros líquidos, seja uma banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, praia ou rio;
  • Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar.

Piscina

  • Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e portões com cadeados ou trava de segurança. Atenção! Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes;
  • Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água.

Águas naturais

  • Tenha certeza que as crianças estão nadando em áreas seguras de rios, lagos, praias e represas;
  • Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas.

Ambiente doméstico

  • Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;
  • Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada ou trancada por fora e mantenha a tampa do vaso sanitário baixada (se possível, lacrada com um dispositivo de segurança);
  • Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados.
Edição: Marcela Gonzaga
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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