Mãe sugere entregar filho com Down para adoção e pai decide criá-lo sozinho

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Pai resolveu criar o filho sozinho depois de a mãe do garoto sugerir entregá-lo para adoção (Reprodução/Instagram/Evgeny Anisimov)

Um pai de 33 anos decidiu criar o filho sozinho após a mãe sugerir dar a criança para adoção por ela ter síndrome de Down. Evgeny Anisimov decidiu compartilhar sua história com o mundo depois de sentir que isso inspiraria pais que enfrentam desafios semelhantes. As informações são do site russo RG.RU.

Anisimov lembra do dia do nascimento do filho, Misha, e, segundo ele, a felicidade após o parto desapareceu em poucos minutos. Apenas um minuto e 39 segundos após o nascimento do bebê, o médico revelou que a criança poderia ter síndrome de Down. Embora o médico apenas tenha levantado uma possibilidade, Anisimov estava pronto para apoiar sua esposa de qualquer maneira. Ele até evitou contar a notícia a ela, pensando que isso a chatearia.

“Não sabia o que fazer quando soube da hipótese de que meu filho tinha síndrome de Down. Achei que minha tarefa agora era desligar as emoções, pensar positivo, apoiar minha esposa, porque acreditava que seria mais difícil para ela. Os resultados da análise nos foram prometidos em poucos dias, e até então, decidi não dizer nada a ela”, começou Anisimov.

Reprodução/Instagram/Evgeny Anisimov

Síndrome de Down

Poucos dias depois, a confirmação do diagnóstico foi um choque. “Lembro-me que ao saber que meu filho tem síndrome de Down, saí do hospital e chorei, mas não por muito tempo. Mais tarde, fiquei um pouco envergonhado com essas lágrimas. Na minha vida, afinal, nada havia mudado. Eu ainda estava com dois braços, com duas pernas, meu conhecimento profissional não levava a lugar nenhum. Minha determinação, atividade, curiosidade e assim por diante – tudo estava comigo”.

“Tudo aconteceu como eu planejei, meu filho nasceu. Mas a criança é especial, sua vida e destino futuro já são muito significativos. Isso é algum tipo de egoísmo! Não é justo? Não, é minha responsabilidade. Não fizemos a amniocentese durante a gravidez (exame que se faz para descobrir certas doenças, como a síndrome de Down). Queríamos um filho, então assumi a responsabilidade por isso. Afinal, existem muitas opções: autismo, paralisia cerebral, mutações genéticas”.

Na esperança de entender mais sobre a condição de seu filho, ele começou a ler sobre isso. “Quando tomei a decisão, ainda não tinha pensado na probabilidade de um cenário otimista. Pensei: bem, ele vai curtir o nascer do sol, vou levá-lo para fazer churrasco, ele vai viver a vida dele. Sim, talvez ele pareça infeliz para alguém, mas ele terá sua própria vida. Em nenhum momento pensei em deixar meu filho em um orfanato, isso seria desumano”, disse o pai.

Reprodução/Instagram/Evgeny Anisimov

Mãe queria dar filho à adoção

No entanto, sua esposa não compartilhava do mesmo entusiasmo. Isso acabou levando-os a se separarem. “Minha esposa e eu sempre tivemos uma relação boa e de confiança. Mas nesse caso, eu estava até pronto para um conflito, tentei convencê-la de que poderíamos superar essa situação. Ela não quis, queria dar nosso filho. E o conflito nos separou. Agora eu entendo que ela só ficou assustada na hora, ela começou a agir de acordo com o cenário errado. E, a essa altura, era tarde demais para recuar da decisão”, disse o homem sobre sua separação.

Logo, Anisimov se tornou um pai solteiro para seu filho. Apesar de todos os desafios que surgiram em seu caminho, Anisimov apoiou seu filho. Ele espera que todos os pais apoiem seus filhos em condições semelhantes da mesma forma que ele. Desde os cinco meses, a criança faz natação e tem se desenvolvido bem.

“Quando nasce uma criança, ela pergunta ao mundo exterior: ‘Sou necessário aqui ou não?’ E eu respondo, com certeza: ‘Filho, você é necessário!’ Estar com ele, mesmo sozinho, é um ato normal para um pai. Eu enfatizo – eu sou um homem normal, não uma espécie de herói”, completou.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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