A Polícia Civil deve investigar as circunstâncias do assassinato de uma candidata a vereadora na cidade de Ninheira, no Norte de Minas. A mulher de 36 anos foi executada a tiros na porta de casa na quinta-feira (29), por volta das 20h. A PM prendeu outra mulher, de 45, depois de ter acesso a ameaças feitas por ela contra a vítima – que seria amante do marido dela.
De acordo com a PM, um médico que passava pela região fez contato com a corporação após avistar uma mulher caída ao chão e ensanguentada. Os policiais foram até o endereço e, com a morte constatada, começaram a averiguar o local. Os agentes entraram na casa da vítima, que estava aberta, e não localizaram ninguém. Ela levou pelo menos sete tiros.
Mais tarde, uma sobrinha da mulher assassinada chegou e disse ter escutado três estampidos e um carro de cor prata passando pela barreira sanitária em que trabalha. Depois, avistou uma ambulância e uma viatura policial, o que a fez ir até a casa. Foi então que percebeu que o corpo era da tia. Ela ainda informou que a mulher tinha um caso com um homem casado e que a esposa dele ameaçava a tia constantemente por meio de mensagens.
Traição e ameaças
Ainda segundo a sobrinha, a tia foi orientada a denunciar as ameaças de morte que recebia – mas não chegou a procurar as autoridades. Uma amiga da mulher assassinada também contou à polícia que ouviu da vítima, horas antes, em um salão de beleza, que a candidata era ameaçada pela esposa do companheiro. Ela teria deixado o salão para encontrá-lo, antes de morrer.
Em contato com os policiais, uma irmã da candidata também contou ter ouvido dela as ameaças recebidas da esposa do homem com quem ela se relacionava. “Você já ganhou do meu marido moto e casa, né? Então espere que você receberá mais um presentinho essa semana”, teria escrito a mulher presa suspeita do crime em uma mensagem no WhatsApp.
‘Consciência tranquila’
Ainda durante o trabalho da PM, o homem que mantinha relação extraconjugal com a vítima chegou ao endereço e contou aos policiais que se relacionava com ela há cerca de 10 meses. Ele disse ter ido à casa dela no dia do crime, que os dois mantiveram relações, e que deixou o local por volta das 11h.
O homem ainda disse que, ao descobrir a morte da candidata, voltou para casa e contou sobre o assassinato da amante para a esposa. A companheira dele teria dito que estava com a “consciência tranquila” diante do ocorrido.
Na versão apresentada, o homem também relatou que a candidata sofria ameaças do ex-marido. Ela registrou um boletim de ocorrência em agosto contra ele, depois de ouvir que caso se separasse seria assassinada. O ex-marido foi levado até uma delegacia, onde foi ouvido e liberado.
Prisão
Depois de ouvir a versão do companheiro da mulher morta, os policiais foram até a casa da esposa dele por ter encontrado mensagens dela no celular da vítima. “Oi vagabunda, você acha que eu não sei que você esta com meu marido? Você só tá com ele por causa do dinheiro… Mas o dinheiro que você ganha em um mês eu ganho em um dia, pois quem fica com o dinheiro do depósito sou eu”, escreveu a esposa em um trecho.
“Só que isso não vai ficar assim não. Você não vai ficar viva nem pra contar história”, continuou em outro trecho. E, segundo a polícia, foi exatamente tal mensagem que fez com que a esposa do homem fosse presa suspeita do crime. Agora, o caso está sob responsabilidade da Polícia Civil.
