Tia é indiciada por homicídio após criança matar primo em Betim

policia civil armas sofá betim
Meninos encontraram armas que ficavam escondidas debaixo do sofá (PCMG/Divulgação + Amanda Dias/BHAZ)

Uma mulher de 29 anos foi indiciada por homicídio culposo, omissão de cautela e posse ilegal depois que o sobrinho, um menino de 10 anos, atirou no primo, de 9, enquanto eles brincavam na casa dela. O caso aconteceu em novembro deste ano, em Betim, na região metropolitana de BH. De acordo com a Polícia Civil, a mulher saiu para fazer um exame e deixou os dois sobrinhos em casa, sob supervisão de uma adolescente. Eles encontraram duas armas escondidas no sofá da casa e brincavam com elas quando o mais novo foi atingido.

“Essas duas crianças já passavam alguns dias na casa da tia, quando encontraram, dentro do sofá, duas armas de fogo com a numeração raspada. O revólver carregado com cinco munições e a pistola com o carregador com uma munição”, explica o delegado Otávio Luiz de Carvalho. Segundo o policial, as armas estavam escondidas sob um pano no sofá: “Eles encontraram essas armas na noite anterior ao fato e já brincaram com elas”.

No dia seguinte, a mulher saiu para fazer um exame e as crianças voltaram a brincar com as armas. Neste momento, o menino de 10 anos disparou contra o primo mais novo e acabou acertando-o nas costas. “A adolescente que estava na casa estava tomando banho na hora, essa criança que efetuou o disparo gritou por ela e guardou de novo a arma no sofá”, explica o delegado. A vítima chegou a ser socorrida por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas acabou morrendo no local.

Tia desaparecida

Quando ficou sabendo o que havia acontecido, a tia dos meninos não voltou para casa. Os policias só conseguiram encontrá-la 30 dias depois, quando foi intimada e relatou que não sabia que as armas estavam no local. “Ela alega que essas armas seriam do ex-companheiro dela, que foi assassinado em abril. Ele era um indivíduo envolvido com crimes, roubo, tráfico de armas”, diz o delegado. No entanto, Otávio explica que a polícia concluiu que ela tinha sim conhecimento das armas. “Essas armas ficavam na frente do sofá, era só levantar o pano que as crianças tinham acesso às armas”, afirma.

Segundo o delegado, o fato de a mulher ter fugido após tomar conhecimento do incidente com as crianças também é um indício de que ela sabia das armas. As mães dos dois meninos, irmãs da mulher, também foram ouvidas pela polícia e afirmaram não saber que a irmã guardava armas em casa: “Ela [uma das mães] fala que, se soubesse, não deixaria as crianças lá”.

Versões diferentes

A polícia também ouviu o menino que efetuou os disparos. Ele afirmou que os dois estava brincando com as armas e que, em determinado momento, ele foi tirar a pistola da mão do primo e ela acabou disparando acidentalmente. A perícia da Polícia Civil, contudo, indicou que ele efetuou um disparo e atingiu o primo nas costas. Por causa da idade, o menino não responde por nenhum crime.

Já a tia foi localizada pela polícia e, apesar de não ter sido presa, foi indiciada por três crimes. Além do homicídio culposo, ela vai responder por omissão de cautela na guarda de arma de fogo – porque deixou os objetos em local de fácil acesso e as crianças sem supervisão – e posse ilegal de arma de fogo, com penas de 1 a 3 anos de prisão.

Edição: Thiago Ricci
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!