Renato Gaúcho dispara analogia machista ao objetificar a mulher

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Técnico usou analogia com mulher para responder pergunta sobre posse de bola (Reprodução/Twitter)

Questionado sobre a posse de bola na partida contra o São Paulo nessa quarta-feira (30), o técnico do Grêmio, Renato Gaúcho, decidiu fazer uma analogia machista. Para justificar os baixos resultados do time no quesito, ele comparou a bola a uma mulher e respondeu que o que importa é quem “consegue levá-la para o motel”. A resposta foi uma referência ao resultado da partida, que favoreceu o tricolor gaúcho na Copa do Brasil e terminou com o São Paulo eliminado.

Nas redes sociais, a fala do técnico dividiu opiniões. Alguns apontaram o sexismo evidente na comparação e condenaram a postura de Renato. Por outro lado, muitos acharam engraçado, defenderam o posicionamento do técnico e afirmaram sentir falta do “futebol raiz” – aquela relativização com comentários e profissionais que objetificam e desrespeitam mulheres em nome da diversão.

‘Levou para o motel, ganhou o jogo’

Em entrevista coletiva após o jogo, Renato foi questionado sobre a posse de bola do time, que ficou na casa de 30% no confronto. “Sobre a posse de bola, eu vou te contar uma historinha. É o seguinte: teve um cara que pegou uma mulher e levou ela pra jantar. À luz de velas, conversou bastante com ela, saiu do restaurante e foi para a boate”, começou o técnico. Ele continuou a história afirmando que o homem em questão passou muito tempo com a mulher e “gastou uma saliva monstruosa”.

“Aí, na boate, chega um amigo meu. Ele conversou com essa mulher 15 minutos e levou ela para o motel”, disse o técnico. Renato então explicou o que a história queria dizer sobre o jogo. “Entendeu a moral da história? Posse de bola é gastar saliva, oito horas, sete horas. Em 15 minutos meu amigo levou para o motel. Ganhou o jogo”, concluiu.

‘Futebol é isso’

Nas redes sociais, o comentário rapidamente repercutiu – e não por um bom motivo. A maioria dos internautas se divertiu com a analogia do técnico e não viu nenhum problema na fala. “Eu sou devoto de Renato Gaúcho”, disse um torcedor. Um segundo defendeu que voltem os tempos em que esse tipo de comentário era tolerado com mais facilidade. “Como eu sinto falta disso no futebol atual. Futebol é isso, tem que zoar mesmo. Sem mimimi”, disse.

Outras pessoas ainda elogiaram a desenvoltura do técnico para dar entrevistas e pareceram acatar o “conselho” da história. “Esse sabe o que diz”, defendeu um internauta, enquanto outro elogiou: “A melhor definição que já vi. Verdadeiro professor”.

‘Um absurdo’

Por outro lado, houve também quem se incomodasse com o machismo da fala. Vários internautas tentaram explicar o óbvio – que, ao contrário da bola, mulher não é objeto para ser de “posse” de ninguém – e condenaram a postura do técnico. “Pelo jeito Renato Gaúcho não consegue articular nenhum paralelo sem emitir seu machismo nojento de cada dia”. Nojo”, disse uma internauta.

“Quem concorda e não vê problema na fala do Renato Gaúcho pode parar de me seguir”, pediu uma segunda. Um outro torcedor também apontou o problema da história. “Gosto bastante do Renato Gaúcho, mas até eu, que quem conhece sabe, achei um absurdo a analogia dele com a posse de bola”, disse.

Edição: Thiago Ricci
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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