“Seu cachorro será morto”. Estas foram as primeiras palavras anotadas em uma carta enviada para a casa do professor Vitor Assano. Morador do bairro Planalto Paulista, em São Paulo, ele é tutor da cadela Sol há oito anos e, agora, se vê, junto da família, em estado de angústia constante diante das ameaças contra a pet. O caso já é investigado e viralizou nas redes sociais.
O BHAZ conversou com Vitor, nesta sexta (22), a respeito da situação. “Recebemos a carta pelos Correios. Foi assustador, pois meu pai e meu irmão leram e falaram: ‘A Sol está sendo ameaçada’. Na hora veio aquele frio na espinha e o medo de não saber o que estava acontecendo”, relembra.
No “recado”, a ameaça de morte contra Sol é justificada com o fato de que ela “late, há muito tempo, descontrolada e diuturnamente fora da normalidade de um convívio social”. E até mesmo uma data para o possível assassinato foi revelada: 30 de janeiro. “A vulnerabilidade é muito grande, o agressor tem meu endereço. A minha casa deveria ser um local seguro e agora não é”, lamenta Vitor.
Na carta, os responsáveis pela ameaça se dizem “profissionais e muito bem pagos” pelo que fazem. “Tenha certeza que já realizamos trabalhos piores e nunca falhamos. Seu prazo e nosso trabalho são inegociáveis e irreversíveis”, afirmaram em outro trecho. Eles ainda disseram que se a família quiser que Sol viva por mais tempo, devem procurar outro lugar para ela morar, “desde que seja longe do bairro e da vizinhança”.
‘Angústia’
Com o passar dos dias e a proximidade de 30 de janeiro, o medo e a angústia aumentam. “Cada dia que passa é uma angústia, uma contagem regressiva. A gente reza para as autoridades descobrirem que é essa pessoa, antes da data estipulada na carta. O agressor impôs um prazo. É uma angústia maior a cada dia”, define o professor.
Sol vive com a família de Vitor há oito anos e “já é de casa”, por isso o medo de que a ameaça se cumpra. “A Sol é da nossa família e transita pela casa como se fosse a dona do lugar”.
Denúncia e solidariedade
A ameaça contra Sol é investigada pelas autoridades policiais que, inclusive, descobriram outra vítima dos criminosos, segundo Vitor. “Fomos na delegacia e registramos a ocorrência. A investigação foi aberta e os policiais estão procurando imagens de câmeras de segurança para identificar a pessoa. Durante os trabalhos já foi descoberta outra vítima e que mora perto da minha casa”, relata.
Desde que denunciou a ameaça recebida por Sol, Vitor tem recebido muitas mensagens de apoio. “A solidariedade é de tal forma que não imaginava. Muitas mensagens, pessoas cobrando as autoridades e desejando que nada de mal aconteça com ela”, diz.
Uma das pessoas que presta apoio é o delegado e deputado estadual Bruno Lima (PSL-SP). “As investigações estão sendo realizadas para identificação da autoria. É lamentável essa situação. O autor não ficará impune. Vamos para cima”, afirmou o parlamentar em postagem nas redes sociais.
