Após 38 anos vivendo em condições análogas à escravidão, Madalena Gordiano, de 46, está livre e podendo “voar”. Pelas redes sociais ela posta a nova rotina de vida totalmente diferente daquela que levava na casa da família Milagres Rigueira, em Patos de Minas, na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. O sorriso estampado é a prova da nova fase da vida.
“Alô, liberdade. Desculpa eu vir assim sem avisar, mas já era tarde. Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar. É hora de voar”, diz a legenda da primeira publicação do Instagram. Madah, como é chamada pelos “mais íntimos”, vem aproveitando a liberdade que lhe fora tirada por anos com viagens, participações em debates sobre trabalho escravo e muito mais.
As publicações mostram a transformação pela qual vem passando. A tristeza deu espaço ao sorriso que contagia os seguidores. Em uma das postagens ela postou uma foto de quando foi resgatada e de agora. “Só o amor salva”, escreveu para explicar o motivo das diferenças das fotos.
Os seguidores de Madah são só elogios pela nova fase vivida por ela. “Está cada dia mais linda e feliz”, “Não é a mesma pessoa. Que coisa linda de ver”, “Esta guerreira está radiante”, “Que sua vida seja repleta de sonhos realizados”, “Esse sorriso me deu uma esperança hoje. Seja muito feliz”, “Você está linda. Melhor, você é linda. Feliz vida nova”, escreveram alguns internautas.
Relembre o caso
Madalena foi resgatada no fim de novembro do ano passado, após uma investigação do MPT (Ministério Público do Trabalho). Vizinhos desconfiaram dos pedidos feitos por Madalena, que deixava bilhetes embaixo da porta dizendo que precisava de dinheiro para comprar materiais de higiene pessoal, conforme exibiu o programa da TV Globo Fantástico, em 20 de dezembro.
De acordo o MPT, Madalena vivia em condição análoga às de escravidão. “Ela não tinha registro em carteira, um salário mínimo garantido, férias. Ela não tinha descanso semanal remunerado”, destacou o auditor fiscal Humberto Monteiro.